O Tribunal Judicial de Espinho anunciou esta quarta-feira que o caso da professora de Espinho acusada de manter conversas impróprias nas aulas segue para julgamento, mas os pais da aluna envolvida no processo não querem um «linchamento público».
O caso ocorreu em Maio de 2009 na Escola EB 2/3 Sá Couto, em Espinho, e envolveu a professora de História Josefina Rocha, e duas alunas do 7.º ano, uma delas Telma Morais, então com 12 anos.
Os pais da jovem instauraram um processo a Josefina Rocha, acusando-a de ofensas e ameaças à filha, mas o advogado de ambos, Oliveira de Almeida, esclareceu a situação à saída do tribunal: «Os meus clientes não pretendem o linchamento público da senhora. Querem é que as coisas não sejam esquecidas nem passem em claro».
Pouco antes, o juiz reconhecera que existem «indícios fortes das ocorrências relatadas» pelos pais de Telma Morais e que esses aspectos apontam no sentido da «provável condenação da arguida».
Oliveira de Almeida declarou, contudo, que o futuro julgamento de Josefina Rocha «não é o processo principal» no contexto relativo ao que se passou na Escola Sá Couto, já que «no Ministério da Educação é que se podem tomar decisões importantes para o futuro».
Josefina Rocha esteve suspensa 180 dias das suas funções lectivas, sem vencimento, mas o advogado considerou que «o que se passou em termos de sanções da DREN (Direcção Regional de Educação do Norte) ainda não é suficiente». «O processo (laboral) ainda não está findo. Creio que há recursos da senhora na sequência da suspensão da sua actividade», observou.
O caso foi tornado público graças à divulgação de um vídeo em que alunos de Josefina Rocha a gravaram em conversas de teor sexual durante uma aula, mas Oliveira de Almeida adiantou que «esses vídeos não podem ser usados como prova no julgamento».
O advogado defendeu, contudo, que «as pessoas têm que assumir as suas responsabilidades e, se tiverem alguma patologia, têm que a identificar e resolver, a bem delas próprias e das crianças».
Josefina Rocha não compareceu no tribunal e o seu advogado recusou-se a prestar declarações sobre o caso.
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