«O senhor Carlos Cruz é inocente. São todos inocentes». A afirmação de Carlos Silvino não podia ser mais clara e é o «resultado de longas conversas, não uma entrevista convencional», escreve o jornalista Carlos Tomás na revista «Focus», que publica esta quarta-feira um conjunto de declarações que vem trocar as voltas ao processo Casa Pia, que em Setembro resultou em várias condenações por práticas de pedofilia.
«Não se trata de uma reprodução palavra por palavra daquilo que Carlos Silvino disse, mas em momento algum é desvirtuado o sentido do que pretendeu transmitir (facto que é possível comprovar pelas gravações áudio e vídeo existentes)», escreve o jornalista na revista, sem contudo, assinar o texto. Carlos Tomás foi co-autor com a ex-mulher de Carlos Cruz, Marluce, onde todas as acusações de pedofilia por parte do apresentador de TV são desmentidas.
Nesta entrevista, sobre se é verdade que liderava uma rede de pedofilia que levava crianças da casa Pia a Carlos Cruz e restantes condenados, Carlos Silvino diz: «Não. É tudo mentira. Fui obrigado a mentir, o Carlos Cruz é inocente [...]». O dr Abrantes nunca esteve em Elvas, nunca esteve em lugar nenhum. [...] Nunca lhe levei rapaz nenhum. Ninguém é culpado. Juro por Deus que eu próprio nunca, mas nunca, nunca abusei de ninguém».
Carlos Silvino, contudo, admite nesta entrevista que «conhecia» Carlos Cruz, que lhe foi apresentado nos Pastéis de Belém por Carlos Mota - que conhecia por «Manuel das Motas» e frequentava uma oficina em comum. Sobre os outros acusados, admiti também conhecer o médico Ferreira Diniz «dos jogos de futebol». Sobre Gertrudes Nunes, Herman José, Francisco Alves e Paulo Pedroso, admitiu não os conhecer.
O jornalista pergunta-lhe a seguir porque razão mentiu ao longo de tanto tempo e «Bibi» responde: «Fui obrigado a mentir. Estava sempre drogado. [...] Durante mais de três anos não soube o que era dormir e não me lembro da maioria das coisas. Só agora, que deixei a medicação, é que estou a aperceber-me do que me fizeram. [...] Paulo Pedroso meteu-me um processo por difamação e eu vou ter de lhe dar razão. Não vou acusar mais nenhum inocente. Lembro-me que ainda tentei dizer a verdade em tribunal, mas a juíza, o procurador e o meu advogado não me deixavam».
Sobre a Polícia Judiciária, acusou os investigadores que o interrogaram de o drogarem: «Fui ouvido dezenas de vezes na PJ sem advogado e sempre que chegava à sala de interrogatórios estava lá um copo de água que me obrigavam a beber. Ficava logo doente, a transpirar e maldisposto. Havia qualquer cosia naquela água, mas eles obrigavam-me a beber». E diz mais: «O que está escrito nos autos é obra do Dias André, da Rosa Mota e de outras pessoas [...]».
E a as vítimas da Casa Pia, que acusam os arguidos que acabaram por ser condenados, Também foram obrigados a mentir? A resposta se Silvino é taxativa: «Claro que foram. De algumas dezenas de rapazes que foram ouvidos em tribunal, apenas um grupo de 14 é que me acusa [...]».
Recorde-se que o processo Casa Pia resultou em seis condenações e demorou cinco anos e dez meses a chegar a ser julgado. «Bibi» foi condenado a 18 anos de prisão; Carlos Cruz condenado a sete anos; Hugo Marçal condenado a 6 anos e dois meses de prisão; Ferreira Diniz foi condenado a sete anos; Jorge Ritto condenado a 5 anos e 9 meses; e Gertrudes Nunes foi absolvida.
«Não se trata de uma reprodução palavra por palavra daquilo que Carlos Silvino disse, mas em momento algum é desvirtuado o sentido do que pretendeu transmitir (facto que é possível comprovar pelas gravações áudio e vídeo existentes)», escreve o jornalista na revista, sem contudo, assinar o texto. Carlos Tomás foi co-autor com a ex-mulher de Carlos Cruz, Marluce, onde todas as acusações de pedofilia por parte do apresentador de TV são desmentidas.
Nesta entrevista, sobre se é verdade que liderava uma rede de pedofilia que levava crianças da casa Pia a Carlos Cruz e restantes condenados, Carlos Silvino diz: «Não. É tudo mentira. Fui obrigado a mentir, o Carlos Cruz é inocente [...]». O dr Abrantes nunca esteve em Elvas, nunca esteve em lugar nenhum. [...] Nunca lhe levei rapaz nenhum. Ninguém é culpado. Juro por Deus que eu próprio nunca, mas nunca, nunca abusei de ninguém».
Carlos Silvino, contudo, admite nesta entrevista que «conhecia» Carlos Cruz, que lhe foi apresentado nos Pastéis de Belém por Carlos Mota - que conhecia por «Manuel das Motas» e frequentava uma oficina em comum. Sobre os outros acusados, admiti também conhecer o médico Ferreira Diniz «dos jogos de futebol». Sobre Gertrudes Nunes, Herman José, Francisco Alves e Paulo Pedroso, admitiu não os conhecer.
O jornalista pergunta-lhe a seguir porque razão mentiu ao longo de tanto tempo e «Bibi» responde: «Fui obrigado a mentir. Estava sempre drogado. [...] Durante mais de três anos não soube o que era dormir e não me lembro da maioria das coisas. Só agora, que deixei a medicação, é que estou a aperceber-me do que me fizeram. [...] Paulo Pedroso meteu-me um processo por difamação e eu vou ter de lhe dar razão. Não vou acusar mais nenhum inocente. Lembro-me que ainda tentei dizer a verdade em tribunal, mas a juíza, o procurador e o meu advogado não me deixavam».
Sobre a Polícia Judiciária, acusou os investigadores que o interrogaram de o drogarem: «Fui ouvido dezenas de vezes na PJ sem advogado e sempre que chegava à sala de interrogatórios estava lá um copo de água que me obrigavam a beber. Ficava logo doente, a transpirar e maldisposto. Havia qualquer cosia naquela água, mas eles obrigavam-me a beber». E diz mais: «O que está escrito nos autos é obra do Dias André, da Rosa Mota e de outras pessoas [...]».
E a as vítimas da Casa Pia, que acusam os arguidos que acabaram por ser condenados, Também foram obrigados a mentir? A resposta se Silvino é taxativa: «Claro que foram. De algumas dezenas de rapazes que foram ouvidos em tribunal, apenas um grupo de 14 é que me acusa [...]».
Recorde-se que o processo Casa Pia resultou em seis condenações e demorou cinco anos e dez meses a chegar a ser julgado. «Bibi» foi condenado a 18 anos de prisão; Carlos Cruz condenado a sete anos; Hugo Marçal condenado a 6 anos e dois meses de prisão; Ferreira Diniz foi condenado a sete anos; Jorge Ritto condenado a 5 anos e 9 meses; e Gertrudes Nunes foi absolvida.