Cavaco Silva prepara-se para exigir a formação de um Governo de maioria absoluta no quadro parlamentar que vier a sair das próximas eleições legislativas antecipadas.
O SOL apurou que, mesmo no caso de o PSD conseguir obter sozinho uma maioria confortável, o Presidente da República envidará esforços para que o próximo Executivo reúna outras forças políticas, de modo a conseguir concretizar reformas que considera essenciais para Portugal.
Desta forma, Cavaco procurará corresponder também aos apelos que têm vindo a intensificar-se por parte da sociedade civil, dos meios empresarial e económico e de vários conselheiros de Estado com vista à formação de um Governo alargado.
Entre as vozes que já defenderam um Governo de «salvação nacional» conta-se o conselheiro de Estado e ex-líder do PSD, Marcelo Rebelo de Sousa.
Uma tese que fez caminho em Belém, mas que não se esgota num entendimento entre os dois maiores partidos - a ideia, aliás, é a de que a inclusão de um partido mais pequeno, como o CDS, dará maior estabilidade aos acordos de regime que possam vir a ser celebrados entre os dois partidos da alternância no poder.
Recorde-se que logo quando o Governo de José Sócrates tomou posse, a 26 de Outubro de 2009, Cavaco sublinhou, no seu discurso, a importância de um Governo minoritário seguir uma «cultura de negociação».
«É claro para todos que, neste quadro político, o diálogo e a concentração na procura dos consensos possíveis ganham uma relevância acrescida», avisou o chefe de Estado, referindo-se à necessidade de se encontrarem compromissos com outras forças políticas, agentes sociais e organizações da sociedade civil.
sofia.rainho@sol.pt
