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Wednesday, September 29, 2010
F-Se! "Agora vai ser assim: nunca mais te verei ..."
F-Se!
"O que foi que eu fiz ao último dia
de abundância
do sol ligando a carne
como a lua abre o inócuo sangue
sem ferir
estimula a simultânea distância
e no seu fio suspende
uma qualquer coisa,
uma qualquer frente que te faça
e nela fende
voz prendendo-nos o espanto,
o nosso agora
lido como uma coisa doméstica
parábola:
o tigre
de tantos poemas prisioneiro
captura a liberdade
até vermos
o touro coberto de rosas
as feridas no dorso do touro
rosas de sangue
dias.
nascendo de noite
nascem como pátrias
as rosas de sangue
no dorso da noite
nosso touro
e são tantas as rosas
que a noite já não sabe
qual das suas pátrias
é a ferida do tigre
captura a rosa do tigre onde eu seja
a garantia ou o núcleo em ebulição,
e brada por mim a perda:
só o mar cresce nos braços dos afogados,
– suspenso – só o único corpo
agregando o que te sustem em pastiche
delirante ou puríssimo veneno;
e como que por um pêndulo ritmado
pelo colidir do sangue no visionário órgão
orgânico coração da carne transforma-me
no ácido de todas as tuas feridas
e de todas as cicatrizes que eu seja
o preferido pesadelo
– sempre – aonde regressas
desarmado como um soldado enlouquecido
nesse vurmo do amor pátria ou esse pejo
ante o fosso de proscrição de tudo
o que oxida no limite,
aquele que consegues, de cada coisa,
– às vezes – adivinhar a vertigem;
nesse frio em que te tinhas
( adiando ou ligando-te ): toda a nudez
estremece perplexidade,
e o desejo
prolonga o deserto de si. "