A Lua poderia ter muito mais água do que o imaginado, talvez tanto quanto a Terra, diz um estudo divulgado nesta quinta-feira (26) nos Estados Unidos.
Durante muito tempo acreditou-se que a Lua fosse um local seco e poeirento, até que, há poucos anos, descobriu-se água no local pela primeira vez. Agora, cientistas da Universidade Case Western Reserve, do Instituto Carnegie para Ciência e da Universidade Brown dizem acreditar que no interior da Lua haja cem vezes mais água do que o que se pensava inicialmente.
As descobertas foram feitas com o uso de um instrumento de precisão chamado NanoSIMS 50L para examinar pequenas quantidades de rocha derretida, que foram coletadas pela Apolo 17, a última missão americana a pousar na Lua, em 1972. James van Orman, coautor do estudo e professor de ciências geológicas do Case Western Reserve, diz que "essas amostras são a melhor forma que temos para calcular a quantidade de água no interior da Lua".
A mesma equipe publicou um trabalho na revista científica Nature em 2008, descrevendo a primeira evidência da presença de água nos cristais vulcânicos trazidos pelas missões Apolo.
Enquanto as descobertas dão força à teoria longamente sustentada de que a Lua e a Terra têm origens comuns, também lançam dúvidas sobre a crença de que a Lua pode ter se formado após um desprendimento da Terra, perdendo boa parte de sua umidade nesse processo de alta temperatura.
Segundo essa teoria, a Lua se formou depois que o nosso planeta colidiu com uma rocha espacial ou planeta há 4,5 bilhões de anos. O estudo diz que "a nova pesquisa revela que aspectos dessa teoria devem ser reavaliados".
A Nasa (agência espacial americana) anunciou, em 2009, que duas naves enviadas à Lua para colidir com a superfície do satélite descobriram pela primeira vez água congelada, uma revelação considerada um enorme passo adiante na exploração espacial.