Montemor-o-Velho é uma vila cuja história remonta à pré-história e ganhou muita importância no período da Reconquista Cristã. Nela encontrei há uns anos, quando ia a banhos à Figueira da Foz, um doce regional chamado Espigas Doces.
A patente do fabrico foi vendida à pastelaria: O Afonso, em Tentugal, há cerca de vinte anos. A receita é um segredo guardado entre os anjos. No livro de Maria de Lurdes Modesto: "Cozinha Tradicional Portuguesa" não existe qualquer referência. O doce era anteriormente fabricado pela pastelaria O Mondego que fica situado na Praça da República, no centro da vila.
A Senhora D. Olga Alexandre Cavaleiro, proprietária da pastelaria O Afonso, teve a amabilidade de me deixar fotografar a forma das Espigas e o processo do seu fabrico. Consta que o doce é conventual.
Como se pode ver na fotografia, a forma é composta por quatro faces onde se barra a massa para posteriormente, se colocar o recheio.
Formas
Uma das faces da forma.
Quando a massa do bolo está preparada fecha-se com uma quinta peça que encaixa e prende as quatro faces.
Em seguida enche-se com o recheio
e coloca-se noutra forma, onde devem ir direitinhos ao forno aquecido a 300º e durante cinco minutos apenas.
As Espigas são uma delícia e um doce fora do que estamos habituados a saborear. Não são tão doces como os Pastéis de Tentugal. Em Montemor-o-Velho, para além da doçaria, há um prato excepcional para os amantes da lampreia, o arroz de lampreia, não é o meu caso. Outro doce que merece a nossa atenção são as queijadas. Todos estes motivos são válidos para se fazer um passeio a esta vila onde os campos de arrozais compõem a paisagem e o castelo vislumbra as águias que o sobrevoam.
O meu agradecimento à Senhora D. Olga Cavaleiro.