Wednesday, December 31, 2008

F-se! 20000000000000000000000000008, Que Ano Tão Comprido!



E,u Rendida a Este Mundo, Aonde Imagino que os Textos que leio sejam todos escritos pela mesma pessoa ... Podia ser. Mas não é. Mas, às vezes gosto de Imaginar que é assim.


A Minha Canção Favorita:


LONELY DRIFTER KAREN
THIS WORLD IS CRAZY, filmed in Mallorca, directed by Miguel Eek .
http://profile.myspace.com/index.cfm?fuseaction=user.viewProfile&friendID=69858940

Y Para o Ano é Esta:
TRUE DESIRE


F-se! True Desire: 2009.

F-se! A Personalidade Literária do Ano Y O Seu Discurso. Adivinhem Lá?



F-se! Adoro Que Este Homem Exista Y Seja Como Que Um Vizinho...

F-se! Há Passos Que Podiam Começar Por Textos Como Este, de Um Tuga Qualquer y Sacado do Público

Europa-África. E vice-versa?
A propósito da Cimeira Europa-África é importante analisar um conjunto de preconceitos históricos que, tomando novas formas, continuam a marcar a imagem global que a Europa –ou muitas das suas populações, medias e governos - tem em relação ao continente africano. Estes preconceitos constituem um obstáculo para o conhecimento concreto da pluralidade da realidade africana, particularmente em termos culturais, e são a razão maior que impede uma urgente alteração dos modos de cooperação e negociação cultural possíveis com muitos dos países africanos. São principalmente três os preconceitos europeus em relação a África: a) a ideia de uma total homogeneidade nos países africanos, cujo cliché mais explícito se traduz na afirmação “o continente negro”; b) que, não tendo história no período pré-colonial, é um continente apenas de “natureza”, sem práticas e tradição culturais c) a negação aos africanos de se poderem relacionar culturalmente com a sua contemporaneidade por falta de capacidade.
Em relação ao primeiro preconceito, um conjunto de factos concretos e objectivos e a análise de estatísticas produzidas pelas mais incontestáveis instituições ocidentais, como o Banco Mundial, Human Development Report e vários investigadores independentes, contrariam-no radicalmente. Continente habitado por mais de 800 milhões de pessoas, distribuídas por 53 países, a África é de uma diversidade invulgar, com países e populações que podem ser entre si, tão ou mais substancialmente diferentes do que as diferenças que se podem encontrar entre Portugal e a Finlândia, a Espanha e a Polónia, ou a Suiça e a Grécia. Alguns factos e números comprovam-no: enquanto a Gâmbia é um pequeno país de 11.000Km2, o Sudão é 250 vezes maior; a Nigéria tem uma população de 120 milhões de pessoas, enquanto o Lesoto tem apenas 2 milhões de habitantes; se a Etiópia é racialmente homogénea, na África do Sul há dezenas de comunidades étnicas. O norte do continente é predominantemente muçulmano, enquanto o sul é maioritariamente cristão e, para os que pensam ser África um continente de temperaturas abrasadoras e chuvas tropicais, é importante saber que as diferenças climáticas alternam entre secas anuais permanentes, como em Cabo Verde, no Saara ou no deserto da Namíbia, e as pluviosidades recordes, como na Gambia e nos Camarões, e que no mesmo país, o arco de temperatura pode ir dos 17ºC negativos nas altas montanhas da Eritreia, aos 50º C na depressão de Danakil. Entre os 53 países há monarquias (Marrocos, Suazilândia, Lesoto), regimes democráricos (Cabo Verde, Moçambique, Tunísia, África do Sul, etc) e ditaduras, de que o regime do Zimbabué é o exemplo mais flagrante. Se nos confrontarmos com números, as disparidades também são enormes, como entre o maior PIB, da Guiné Equatorial – 50.012 Usd –, e o menor, 600 Usd, na Somália; entre a taxa de alfabetização de 85% na Namíbia, e a de 12,8% no Burkina Faso; entre os 212 médicos por 100.000 habitantes no Egipto, e 1 médico para o mesmo número de habitantes, no Malawi; ou como entre os 5 milhões de utilizadores da internet na África do Sul, e os 1.000 na Libéria. Não há semelhanças possíveis, o que nos deve alertar para a diversidade total e em todos os domínios destes países, e que confirma que os discursos sobre África, que a homogenizam através de uma imagem radicalmente negativa, têm sido condicionados por uma percepção externa e muito limitada aos interesses e discursos do Mundo Ocidental e de alguns governos africanos aos quais interessa uma imagem que justifique apoios, perdões da dívida, etc. No caso da Europa, esses discursos e essa percepção provêm de ex-colonizadores ainda à procura de encontrar uma relação histórica liberta de traumas e de modelos rígidos de cooperação. Mas, tal diversidade deve implicar desde já uma relação diferenciada com os países e os governos em termos políticos e em termos de cooperação estratégica e, sobretudo, deve obrigar a estudar e conhecer muito melhor as suas sociedades civis, o que é fundamental para explicar as políticas de África.
Em relação ao segundo preconceito, de que todo o “continente africano se reduz à natureza e não tem cultura”, esta fórmula hegeliana tinha já justificado os vários colonialismos, serviu de pretexto à Conferência de Berlim de 1884/85, adiou as independências, e é hoje ainda sob esta percepção que todo o continente é olhado. Títulos de jornais como “África, um continente de matérias primas” e “África um continente inesgotável de recursos naturais”, ou as cimeiras, cujas agendas são maioritarimente de natureza comercial ou obcessivamente sobre o ambiente, estão condicionadas por esta percepção redutora. E, no entanto, tal percepção, para além dos interesses (também de muitos governos africanos) revela igualmente uma enorme igorância sobre as histórias culturais do período pré-colonial e mesmo sobre as do domínio colonial. O estudo das sociedades pré-coloniais revela a grandeza, a subtileza e a complexidade cultural de muitos destes povos: desde a estatuária egípcia, a escrita e a invenção da aritmética, ao legado grego e romano na Tunísia. No antigo reino do Congo podemos observar a riqueza da produção de joalharia, de adornos guerreiros, de mobiliário, da confecção têxtil, assim como a organização política e a diversidade linguística; as regiões da África ocidental (hoje Gana e Mali) foram construídas a partir dos benefícios e de um comércio proveniente da rota Saariana,com as respectivas produções culturais daí decorrentes (línguas, artefactos, moeda, mapas); nas regiões férteis do Nilo e dos Grandes Lagos (antigo reino do Uganda) floresceram impérios cujo domínio se deveu à perícia do trabalho em metais; o antigo reino do Zulu no Sul era afamado pela organização militar, fabricação de armas e de joalharia e os Massai - “The lords of the rift” - eram os banqueiros dos planaltos das terras onde hoje é o norte de Moçambique, Tanzânia, Mallawi, Zâmbia. E quem visite o Museu de Lagos, na Nigéria, confronta-se com os delicados baixos-relevos das portas relatando cenas do quotidiano e fauna local, majestosamente talhadas, ou as cerâmicas de Nok, com as cabeças esculpidas com rostos serenos e triangulares, de narinas muito abertas.
Acresce que durante o período pré-colonial, até à Conferência de Berlim, as fronteiras eram móveis e as migrações internas constantes, o que provocava contactos comerciais, linguísticos e culturais invulgares (a este propósito, vale apena ler o majestoso livro “Vou lá visitar os pastores” do antropólogo angolano Ruy Duarte de Carvalho). Deve dizer-se, aliás, que se o primeiro colonialismo, até 1885, foi danoso para os povos africanos, o que de facto veio a revelar-se destrutivo foram as decisões tomadas na Conferência de Berlim, onde se criaram fronteiras a régua e esquadro, sem qualquer tipo de consideração pelas organizações tribais, pela circulação de pessoas e animais, pelas migrações sazonais, as línguas, as relações entre os povos e com um total desprezo pela história cultural destes povos. À Conferência de Berlim se deve a produção da amnésia cultural do período pré-colonial africano.
Mas, se o desconhecimento da história cultural pré-colonial é ainda um facto na Europa, e mesmo em África, o mesmo pode dizer-se do período colonial, até às independências. E, contudo, para quem gosta de teatro ainda hoje é possível maravilhar-se com essa forma inovadora e ancestral do Tchiloli de S. Tomé e Príncipe, ou quem gosta de escultura em madeira ou pedra, pode admirar colecções de arte Makonde de Moçambique. Quantos conhecem, sabem e estudam a literatura nigeriana nigeriana da década de 1950, entre cujos nomes maiores se encontram D.O. Fagunwa (que escrevia em Yoruba), Amos Tutuola, Cyprian Ekwensi e mesmo Chinua Achebe, apesar deste último de ser considerado como o fundador da literatura africana de expressão anglófona? Saberão, os que estudam a história de arte do século XX, e em particular o movimento CoBra, de ruptura artística fundamental na Europa, que um dos seus mentores foi o sul-africano Ernest Mancoba, ainda recentemente excluído de uma retrospectiva deste movimento no Stedeljik Museum na Holanda?! Quem sabe que ainda, actualmente, depois de vários séculos, se pintam ícones na Etiópia segundo a técnica e a composição de provável e remota influência bizantina e da escola Andrei Rubliov? E se não podemos, de facto, falar da presença do teatro como género africano, devemos ter presente a importância dos “griots” e dos seus relatos orais que foram responsáveis pela transmissão de narrativas cosmogónicas de inspiração africana e de narrativas morais e políticas, num continente que durante séculos assentou na oralidade o seu património cultural. Quem conhece o Goree Instituto em Dakar, dirigido pelo poeta sul-africano Breyten Breytenbach, e a sua importância como Centro Cultural, desenvolvendo um programa de arquivos para a preservação da história cultural do período da luta pela independência, e projectos de difusão cultural? Este desconhecimento é uma das causas da redutora visão ocidental que, por sua vez, tem parte da sua justificação na ausência de narrativas escritas e da falta de uma massa crítica mais substancial de africanos capazes de lidarem com o seu próprio passado, e isentos de algum fundamentalismo pan-africanista. Outra justificação para esta ignorância passa pelos dogmas ocidentais contidos na História Ocidental (da política, das nações, da arte, da economia, etc).
Se considerarmos o que é hoje a actualidade africana na sua enorme diversidade, verificamos que não só oferece casos de estudo fascinantes, como recorda o africanista Alex Thomson, mas obriga, por imperioso dever de cidadania mundial, a rever a percepção deste continente. Apesar da corrupção em muitos dos países (com a cumplicidade do Ocidente, porque não há corruptos sem aqueles que os corrompem), apesar do flagelo da Sida, apesar de 40% da população viver apenas com 1 Usd por dia, apesar do avanço do Islamismo para o Sul, apesar de tudo isto, comparem-se os 30 anos de média destas independências com outros países independentes há dois séculos… Em trinta anos alteraram-se regimes e criaram-se democracias. Há hoje lideres africanos de relevância mundial fundamental, como Nelson Mandela, Thabo Mbeki, Hosni Mubarak, e Abdoulaye Wade, que criaram como prova de outro desejo de desenvolvimento o New Partnership for African Developmente/ NEPAD, cujos objectivos principais são a eliminação da pobreza, o combate à marginalização de África na arena global, e acelarar o poder das mulheres. Há cidades que se desenvolvem a um ritmo impressionante; há Pedro Pires em Cabo Verde, há Ellen Johnson Sirleaf, primeira mulher presidente na Libéria e outros.
E há uma pulsão criativa e uma energia cultural únicas, que um calendário breve, de Novembro e Dezembro deste ano, confirma: o Festival de artes visuais de Abijan, a 31ªa edição do festival internacional do filme do Cairo, os 7ºs Encontros Africanos de fotografia de Bamako, a 5ª edição do Festival Internacional de Dança Contemporânea de Bamako, a 6ª edição do Festival Internacional nigeriano da Moda Africana, o Ife festival de Poesia da Nigéria (na sua 10ª edição), o concurso nacional de Hip Hop, em Dakar, a Bienal de Arte africana da Tanzania (na sua 3ª edição), a 10ª edição do festival de teatro da fraternidade do Togo, o primeiro Campus euro-africano de cooperação cultural euro-africana, no Maputo, o seminário de direitos dos artistas-autores, em Cotonou, a Plataforma internacional de dança contemporânea, em Maputo, o Festival de livros e arte em Lagos, no Accra – duas semanas de formação musical para filmes africanos, no Quénia, o Singalagala Festival, dedicado ás artistas-mulheres, no Egipto - festival de música árabe, nos Camarões o 7º festival do conto, e muitas outras manifestações e eventos culturais.
É evidente que esta programação abrange apenas alguns países e algumas cidades. Por isso insistimos na ideia de não falarmos do continente africano como um todo, mas da diversidade do seu desenvolvimento económico e cultural. A este calendário exclusivo de actividades das artes podemos acrescentar um conjunto de nomes de artistas, ou grupos, incontornáveis na paisagem criativa contemporânea, provenientes de diversos países. Da África do Sul, um importante grupo de artistas plásticos, como William Kentridge, Robin Rhode e Kendell Geers, entre outros, a produzirem do melhor que há depois do fim do apartheid da literatura e do ensaísmo africano ou o teatro do mesmo país de que se pode destacar a Handspring Puppet Company uma das melhores companhias de teatro do mundo, o poeta Breyten Breytenbach, a residir no Senegal; do Uganda, o movimento dos DVJ das discotecas, produtores e difusores do que mais inovador há na simbiose da música com o video e a poesia actuais e, simultâneamente, tradutores-intérpretes dos filmes em línguas estrangeiras; da Nigéria, a jovem literatura com nomes como Chimamanda Ngozi Adichie, que ganhou o Orange Broadband Prize for Fiction (2007); do Sudão, Leila Abouulela, a autora de Minaret; de Angola, a nova música de dança, com artistas a gravarem e circularem pelas cidades europeias, como Mc Kapa, Ikonoklasta e o performer Nástio Mosquito; de Moçambique, fotógrafos de reconhecimento internacional, como Ricardo Rangel, a quem o MoMa de Nova Iorque dedicou uma retrospectiva e participação permanente nos Encontros de Bamako e na Photofesta de Maputo de muitos destes fotógrafos, a cantora Lura de Cabo Verde, os fotógrafos Samuel Fosso (Camarões), Malick Sidibé (Mali), Nontsikelelo Veleko (África do Sul), os artistas plásticos Paulo Capela (Angola), Body Isek Kingelez e Chéri Samba (RDCongo), o novo movimento de videastas do Egipto, o teatro tunisino, os designers do Mali e do Senegal, etc.etc.
Embora esta lista não seja exaustiva, nem pretenda ser representaiva de todas as artes e literaturas contemporâneas dos países africanos, mesmo assim, ela é escassa. O que não significa que não existam géneros, como o teatro e o cinema, com fragilidades de produção e de qualidade interpretativa. Mas, se considerarmos que a idade média das independências destes países é de 30 anos, que a maior parte deles nasceu sem quaisquer tradições de formação artística, sofrendo o efeito de ruptura das suas mais ancestrais tradições por efeito do colonialismo, e que os seus primeiros anos foram, para a quase totalidade, marcados por governos desastrosos para as populações, que não dedicaram qualquer atenção aos aspectos culturais e artísticos, compreender-se-á a dificuldade de mapear uma criaçâo e produção artística estável. Acresce que o fenómeno da independência trouxe consigo um dos problemas mais complexos, embora não deixe igualmente de ser um desafio criativo, que é o da criação das identidades culturais e políticas e da relação negocial de cada comunidade com o legado do ex-colono. a acrescentar às dificuldades de meios de produção compreender-se á que a actualidade desta criação artística é substancial. Devemos notar ainda que a diáspora africana começa a ser uma das mais produtivas, nomeadamente nas áreas da música, da literatura e das artes plásticas. A ausência de escolas de formação, de um mercado, de circuitos, de produtores, de coleccionadores e de difusores é um problema com que se têm de confrontar diariamente estes criadores. É a este nível que a Europa estabelecer a sua cooperação, não só porque ela é fundamental para os africanos, mas também, porque no domínio da cultura e das artes como, de resto, na área da migração, ela é também essencial para o mundo ocidental. Estes criadores, pela energia criativa que transportam, pela ideia de futuro que contêm, exactamente fruto da sua procura de identidades e da sua posicionação face ao restante mundo, e pela capacidade sincrética que as suas obras traduzem, constituem mais valia para arte contemporânea.
A cooperação Europa-África em todos os domínios é, pois, uma questão central da relação entre os países destes continentes, tendo de ser avaliado tudo o que foi feito até ao momento e muito foi muito mal feito em muitos domínios. No último ano do seu mandato Tony Blair avançou com a ideia de um plano Marshall para África. É concerteza uma ideia a considerar com muito estudo e particular cautelas a tomar, a primeira das quais é considerar que a cooperação deve ser cada vez mais com as sociedades civis africanas e com as organizações credíveis que as representem, segunda passa por uma avaliação das Organizações ocidentais que têm elas próprias beneficiado alimentando as suas organizações, funcionários e parceiros de muitos dos recursos destinados á cooperação, e por último considerar que existem choques culturais e que é tão inválida a ideia de uma cooperação baseada nos modelos ocidentais como outra que afirme que a África resolve os problemas á africana; há um terceiro modelo conhecido como negociação cultural, o mais adequado a qualquer cooperação. Não deve haver grandes ilusões sobre o interesse e a importância que as matérias e as questões ditas culturais ou artísticas têm para os governantes de ambos os lados nos protocolos de cooperação tanto mais que só agora se deram conta da chinezização africana, mas vale a pena insistir a pensar no futuro.
No entanto se há casos de boa cooperação recentes eles têm acontecido também nestas áreas. E de um leque de pistas de trabalho possíveis será desejável que a cooperação cultural Europa-África se faça no registo e estudo das línguas africanas de modo a que se diminuam as perdas de línguas locais e com o estudo destas se contribua para compreensão do pensamento e da relação que as comunidades destas línguas falantes têm com o mundo. A este propósito, o trabalho do Ministério da Educação da África do Sul, que com apoios de organizações europeias já oficializou onze línguas nacionais, é exemplar; que se estimule e se faça um trabalho de pesquisa arqueológica nos países onde os vestígios das guerras o permitem, ele é fulcral para o conhecimento dos vários períodos da história de África e para conhecimento das migrações internas e externas; que se coopere no domínio da história das religiões e das formas sincréticas de culto e respectivas representações plásticas e musicais como também já começa a ser feito agora com recurso aos novos medias como é o caso das Igrejas Pentecostais muitas sediadas na Nigéria e utilizando websites sofisticados videos e filmes na sua comunicação.
A cooperação é desejável na transferência de lugares de desenvolvimento tecnológico de modo a permitir a criação de massa crítica, de desenvolvimento económico, de autonomia de recursos e de desenvolvimento estrutural. É sabido que o domínio das tecnologias implica um maior desenvolvimento científico e consequentes resoluções de problemas sociais e que a coperação universitária estimule não só uma transmissão de conhecimento Europa versus África mas que desenvolva e contribua para a formação de intelectuais, cientistas e artistas em África. Finalmente é fulcral, que a mobilidade dos artistas entre a África e a Europa seja possível sem os constrangimentos rigidos com que acontecem actualmente.
E Portugal no meio disto tudo? Portugal que tem o privilégio de contar entre os seus parceiros mais directos países como Cabo Verde e Moçambique considerados exemplares nas estratégias de desenvolvimento e particularmente produtivos nas áreas culturais?! E não deixa de ser estranho que apesar disto e apesar da relativa facilidade de estabelecer a comunicação entre interlocutores portugueses cabo-verdeanos e moçambicanos e mesmo entre outros cidadãos e organizações das ex-colónias, de ser neste momento a equipa que está à frente do MNE particularmente conhecedora dos problemas de àfrica e particularmente sensível os vários organismos de cooperação cultural que dela dependem não têm qualquer política cultural, e que mesmo no que respeito à língua a estratégia é difusa. E quandose insiste na lusofonia como reportório de valores lusos comuns a toda a comunidade de ex-colonizados e quando se tem uma política de divulgação cultural e artística nestes países baseada na ideia da divulgação dos valores e dos artistas e escritores portugueses estamos face a uma estratégia anacrónica. Se a lógica com que foram criados no período colonial estes instrumentos de difusão das culturas nacionalistas (Goethe, AFAA, British, Instituto de Alta Cultura – antecedente do Camões) hoje é anacrónico e absolutamente contrário a qualquer lógica de cooperação baseada no reconhecimento da cultura do outro. E no terreno a situação é constrangedora: aos conselheiros culturais portugueses nos países africanos falta formação e actualização, estão numa situação de abandono, sem estratégias a longo prazo, sem orçamentos (10.000 euros anuais é o orçamento anual que os centros culturais portugueses têm para actividades), obrigados a encontrarem mecenas para cuja função não tem vocação, nem obrigação e sobretudo condenados a difundirem a cultura portuguesa e de algum modo inibidos de colaborar com as organizações ou produtores de outros países europeus. Quando se sabe que em África os centros culturais dos vários países europeus constituem, por vezes, os únicos equipamentos de produção e difusão cultural, esta estratégia nacionalista é um erro e um impedimento à própria solidariedade e cooperação europeia em moldes pós-coloniais. Nos antípodas, encontramos os exemplos a seguir de centros culturais de outros países – escandinavos em particular - e os modelos exemplares do centro Cultural Franco-Moçambicano ou Francês, em Antananarive. Eles são, na verdade, plataformas de verdadeira cooperação cultural, com estratégias de produção, co-produção e programação culturais cuja qualidade é exemplar. Em qualquer um destes centros é possível um dia ver BD de vários autores africanos, outros dia espectáculos de dança de coreógrafos europeus e/ou africanos, ver cinema documental americano ou africano, ouvir música de vanguarda belga ou assistir a um concerto de marimbas. A cooperação cultural só é possível se houver entendimento e reconhecimento do outro e disposição deste outro para cooperar também segundo os seus interesses
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Alguém Escreveu, um Público qq, Na Altura Da Cimeira Europa-África.


F-se! O Que Interessa É O Conteúdo y Não o Autor ( Seja Lá Ele Quem For) ...Ainda Há Quem Pense Y seja Português.

F-se! O Que Me Deu Verdadeiro Asco Em 2008: O Rosto Vincado da Justiça Portuguesa.

150.000.00 Euros de Desavergonhice Y Grotesco.


F-se! Este Post é Dedicado Ao RosnériA do Jugular.

Brand New Day


See the world in green and blue
See China right in front of you
See the canyons broken by cloud
See the tuna fleets clearing the sea out
See the Bedouin fires at night
See the oil fields at first light
And see the bird with a leaf in her mouth
After the flood all the colors came out

It was a beautiful day
Don't let it get away
Beautiful day

Touch me
Take me to that other place
Reach me
I know I'm not a hopeless case

What you don't have you don't need it now
What you don't know you can feel it somehow
What you don't have you don't need it now
Don't need it now
Was a beautiful day

–From “Beautiful Day” by U2

Annie, Alex, and I wish everyone a Happy New Year! In less than a month, a new president will be inaugurated in America and a new day will dawn on our country and the world. After so much darkness and destruction, it’s truly a beautiful day coming like the radiant light of Edvard Munch’s The Sun (above, from the Oslo University Aula decoration, 1911-1916). Yes, we did.

Tuesday, December 30, 2008

Feliz Ano 2009 *-*

O League Leader deseja a todos os seus colaboradores e visitantes do blog Poké-Tuga, um fantástico ano 2009 e que recebam a dobrar tudo aquilo que desejarem para ele!

O blog regressará em 2009 com algumas novidades, novos passatempos e muitas surpresas!

Um grande abraço e até ao próximo ano!

Josuke Ritsuka™

2008 - Mais um ano que termina!

Olá a todos!

Hoje decidi fazer uma passagem assim por alto sobre o ano 2008, agora que ele está prestes a terminar.

Este foi um ano bastante comprido, trabalhoso mas proveitoso em termos de Pokémon.

Tivemos bastantes eventos ao longo da última temporada e muitos jogadores da "New School" tornaram-se verdadeiros Mestres deste jogo de cartas! ^^

Orgulho-me de ter treinado muitos destes jogadores que serão em breve a nova geração de Gym Leaders de Portugal.

Foi também com muita alegria que vi os meus jogadores da Arena Porto a sagrarem-se campeões de Pokémon em Portugal, ao ficarem todos no Top 10!

Parabéns a eles todos!

Já nesta nova temporada, a Devir finalmente "acordou" depois de tantos anos a "ouvir" eu a "queixar-me" sobre a necessidade de apostar mais no Pokémon!

Assim sendo, já tivemos vários Pré-Releases, o Battle Road Autumn 2008 e o City Championship (evento que já não se realizava há 4 anos!)

Fica a esperança que estes sejam os primeiros passos de uma Nova Era em que finalmente os jogadores de Pokémon TCG sejam tratados com o respeito que merecem!!

Deixo o meu voto de que o próximo Nacional de Pokémon decorra na cidade do Porto, pois é uma recompensa justa pela grande vitória no Nacional de 2008! ^^

Por último, queria agradecer a todos aqueles que me apoiaram ao longo deste ano, a todos vocês o meu sincero e profundo obrigado!

E não queria mesmo despedir-me de 2008 sem agradecer a todos aqueles que visitam o nosso blog, que com ele aprendem alguma coisa nova e nos ajudam a tornar o Pokémon de novo um jogo intemporal e imortal!

Um grande abraço a todos,

League Leader & restantes membros do blog Poké-Tuga

Sunday, December 28, 2008

F-se! "Um momento não há tempo um momento não há tempo momento não há momento não há tempo tempo tempo"


""Como curar um fanático? Perseguir um punhado de fanáticos através das montanhas do Afeganistão é uma coisa. Lutar contra o fanatismo, outra muito diferente. Receio não saber muito bem como perseguir fanáticos pelas montanhas, mas talvez possa apresentar uma ou duas reflexões acerca da natureza do fanatismo e sobre as formas, se não de curá-lo, pelo menos de controlá-lo.A chave do ataque de 11 de Setembro contra os Estados Unidos não deve ser apenas procurada no confronto existente entre pobres e ricos. Esse confronto constitui um dos mais terríveis problemas do mundo, mas estaríamos errados se concluíssemos que o 11 de Setembro se limitou a ser um ataque de pobres contra ricos. Não se trata apenas de «ter ou não ter». Se fosse assim tão simples, deveríamos esperar que o ataque viesse de África, onde estão os países mais pobres, e que talvez fosse lançado contra a Arábia Saudita e os emirados do Golfo, que são os estados produtores de petróleo e os países mais ricos. Não. É uma batalha entre fanáticos que crêem que o fim, qualquer fim, justifica os meios, e os restantes de nós, para quem a vida é um fim, não um meio.ento não há tempo tempo tempo"
2"Trata-se de uma luta entre os que pensam que a justiça, o que quer que se entenda por tal palavra, é mais importante do que a vida, e aqueles que, como nós, pensam que a vida tem prioridade sobre muitos outros valores, convicções ou credos.A actual crise mundial, no Médio Oriente, em Israel e na Palestina, não é uma consequência dos valores do Islão. Não se deve à mentalidade dos Árabes, como proclamam alguns racistas. De forma alguma. Deve-se à velha luta entre fanatismo e pragmatismo. Entre fanatismo e pluralismo. Entre fanatismo e tolerância. O 11 de Setembro não é uma consequência da bondade ou da maldade dos Estados Unidos, nem tem a ver com o capitalismo ser perigoso ou esplendoroso. Nem tão-pouco com ser oportuno ou com a necessidade de travar ou não a globalização. Tem a ver com a típica reivindicação fanática: se penso que alguma coisa é má, aniquilo-a juntamente com aquilo que a rodeia.O fanatismo é mais velho que o Islão, do que o Cristianismo, do que o Judaísmo. Mais velho do que qualquer Estado, governo ou sistema político. Infelizmente, o fanatismo é um componente sempre presente na natureza humana, um gene do Mal, para apelidá-lo de algum modo. Aqueles que fazem explodir clínicas onde se pratica o aborto, nos Estados Unidos, os que incendeiam sinagogas e mesquitas na Alemanha, só se diferenciam de Bin Laden na magnitude, mas não na natureza dos seus crimes. Naturalmente, o 11 de Setembro produziu tristeza, raiva, incredulidade, surpresa, abatimento, desorientação e, é certo, algumas respostas racistas – antiárabes e antimuçulmanas – por todo o lado. Quem teria ousado pensar que ao século XX se seguiria de imediato o século XI?A minha própria infância em Jerusalém tornou-me especialista em fanatismo comparado. A Jerusalém da minha infância, lá pelos anos 40, estava repleta de autoproclamados profetas, redentores e Messias. Ainda hoje, todo o jerosolimitano possui a sua fórmula pessoal para a salvação instantânea.Todos dizem que chegaram a Jerusalém – e cito uma frase famosa de uma velha canção – para a construírem e serem construídos por ela. Na realidade, alguns (judeus, cristãos, muçulmanos, socialistas, anarquistas e reformadores do mundo) acudiram a Jerusalém, não tanto para a construírem ou serem construídos por ela, mas para serem crucificados ou para crucificarem outros, ou para ambas as coisas ao mesmo tempo. Há uma desordem mental muito arreigada, uma reconhecida doença mental chamada «síndrome de Jerusalém»: uma pessoa chega, inala o ar puro e maravilhoso da montanha e, de repente, inflama-se e pega fogo a uma mesquita, a uma igreja ou a uma sinagoga. Ou, então, tira a roupa, sobe a um rochedo e começa a fazer profecias.Já ninguém escuta. Mesmo hoje em dia, mesmo na Jerusalém actual, em qualquer fila de autocarro, é provável que surja uma exaltada conferência na via pública entre pessoas que não se conhecem de nenhum lado, mas que discutem política, moral, estratégia, História, identidade, religião e as verdadeiras intenções de Deus. Os participantes nessas conferências, enquanto discutem política e teologia, o Bem e o Mal, tentam, no entanto, abrir caminho à cotovelada até aos primeiros lugares da fila. Toda a gente grita, ninguém ouve. Excepto eu. Eu escuto, às vezes, e assim ganho a vida.Confesso que em miúdo, em Jerusalém, também era um pequeno fanático limitado por uma lavagem cerebral. Com a presunção de superioridade moral, chauvinista, surdo e cego a qualquer ponto de vista q ue fosse diferente do poderoso discurso judeu sionista da época. Eu era um rapaz que atirava pedras, um rapaz da Intifada judaica. Na verdade, as primeiras palavras que aprendi a dizer em inglês, à parte o yes e o no, foram British, go home!, que era o que nós, rapazes judeus, costumávamos gritar enquanto apedrejávamos as patrulhas britânicas de Jerusalém.Falando de ironias da História, no meu romance de 1995, Uma Pantera na Cave, descrevo como um rapaz chamado ou com a alcunha de Profi perde o seu fanatismo, o seu chauvinismo, e muda quase por completo no espaço de duas semanas ao tornar-se mais relativista. Em segredo, ficara amigo de um inimigo: concretamente, de um sargento da polícia britânica muito afável e pouco competente. Os dois encontravam-se às escondidas e ensinavam inglês e hebraico um ao outro. E o rapaz descobre que as mulheres não têm cornos nem cauda, uma revelação quase tão chocante para ele como a descoberta de que nem todos os Britânicos nem os Árabes têm cornos ou cauda. De algum modo, o rapaz desenvolve um sentido de ambivalência, uma capacidade para abandonar as suas crenças a preto e branco. Mas, naturalmente, paga um preço por isso: no final deste pequeno romance já não é uma criança, mas uma pequena pessoa mais velha, um pequeno adulto. Grande parte da alegria e do fascínio, do entusiasmo e a singeleza da vida desapareceram. E, além disso, ganha outra alcunha: os antigos amigos começam a chamá-lo de traidor."
3"Vou citar a primeira página e meia de Uma Pantera na Cave, porque julgo que é a melhor forma de exprimir aquilo que eu penso em matéria de fanatismo. É o primeiro capítulo de Uma Pantera na Cave:
Fui apelidado de traidor muitas vezes durante a minha vida. Da primeira, tinha eu doze anos e três meses e vivia num bairro de um dos extremos de Jerusalém. Foi nas férias grandes, a menos de um ano de os Ingleses deixarem o país e de o Estado de Israel nascer no meio da guerra.Certa manhã apareceu uma inscrição a grossos traços negros na parede da nossa casa, por baixo da janela da cozinha: PROFI BOGUED SHAFEL - «Prodi é um reles traidor». A palavra shafel, reles, levantou uma questão que ainda hoje, ao escrever esta história, me intriga: poderá um traidor deixar de ser reles? Se a resposta for não, por que motivo é que o Tchita Reznik (conheci-lhe logo a letra) se teria dado ao trabalho de acrescentar a palavra «reles»? Se for sim, em que circunstâncias é que a traição não é um acto reles?Foi a partir dessa altura que me colocaram a alcunha de «Profi», abreviatura de «Professor», resultante da minha obsessão em examinar as palavras. Ainda hoje gosto imenso de palavras, de as reunir, ordenar, misturar, inverter, combinar – um pouco ao jeito dos avarentos, obcecados por moedas e notas, ou dos jogadores por cartas de jogar.O meu pai tinha saído às seis e meia da manhã para ir buscar o jornal e deparara-se com a inscrição logo por baixo da janela da cozinha. Ao pequeno-almoço, enquanto barrava uma fatia de pão integral com compota de framboesa, cravou a faca no boião, quase até ao cabo, e exclamou com o seu tom pausado:«Mas que surpresa! Que patifaria cometeu Vossa Excelência para merecermos tamanha honra?!»«Não o aflijas logo pela manhã!» - atalhou a minha mãe. - «Já lhe basta aturar os outros rapazes.»Nessa altura o meu pai vestia roupa de caqui, como a maioria dos homens do nosso bairro, e tinha os modos e a voz de uma pessoa cheia de carradas de razão. Ergueu a faca e retirou do fundo do frasco um pedaço viscoso de doce de framboesa; espalhou-o por igual sobre as metades da fatia e replicou:«É verdade que hoje em dia quase toda a gente usa a palavra traidor com demasiada leviandade. Mas o que vem a ser um traidor? Sim, o que é, com efeito? É um homem sem honra, um sujeito que, às escondidas, por detrás das costas, por um qualquer benefício insuspeito, ajuda o inimigo contra o seu povo, chegando mesmo a desgraçar a sua família e amigos. É mais infame do que um assassino. E tu, faz-me o favor de acabar de comer esse ovo! Na Ásia há quem morra de fome, está aqui escarrapachado no jornal.»A minha mãe puxou o meu prato para si e acabou de comer os restos do meu ovo e pão com doce – não por força do apetite, mas por amor à paz – e rematou:«Quem ama não atraiçoa.»
Mais à frente no romance, o leitor pode descobrir que a mãe estava completamente enganada. Só quem ama se pode converter num traidor. A traição não é o reverso do amor: é uma das suas opções. Traidor, julgo, é quem muda aos olhos daqueles que não podem mudar e não mudarão, daqueles que detestam mudar e não podem conceber a mudança, apesar de quererem sempre mudar os outros. Por outras palavras, traidor, aos olhos de um fanático, é qualquer um que muda. E é difícil a escolha entre converter-se num fanático ou converter-se num traidor. Não converter-se num fanático significa ser, até certo ponto e de alguma forma, um traidor aos olhos do fanático. Eu fiz a minha escolha e esse romance é disso a prova fiel."
4"Intitulei-me especialista em fanatismo comparado. Não é nenhuma piada. Se alguém souber de uma escola ou universidade que vá abrir um departamento de Fanatismo Comparado, cá estarei para solicitar o lugar de professor. Na minha qualidade de antigo jerosolimitano, e como fanático reabilitado, sinto-me plenamente qualificado para esse posto. Talvez seja chegado o momento de todas as escolas, todas as universidades, facultarem pelo menos um par de cursos de Fanatismo Comparado, pois este está em toda a parte. Não me refiro tão-só às óbvias manifestações de fundamentalismo e fervor cego. Não me refiro apenas aos fanáticos natos que vemos na televisão entre multidões histéricas que agitam os punhos contra as câmaras, ao mesmo tempo que gritam slogans em línguas que não entendemos.Não, o fanatismo está em todo o lado. Com modos mais silenciosos, mais civilizados. Está presente à nossa volta e talvez também dentro de nós. Conheço bastantes não-fumadores que o queimariam vivo por acender um cigarro ao pé deles! Conheço muitos vegetarianos que o comeriam vivo por comer carne! Conheço pacifistas, alguns dos meus colegas do Movimento de Paz israelita, por exemplo, desejosos de dispararem directamente à minha cabeça só por eu defender uma estratégia ligeiramente diferente da sua para conseguir a paz com os Palestinianos.Não afirmo que qualquer um que levante a voz contra alguma coisa seja um fanático. Não sugiro que qualquer um que manifeste opiniões veementes seja um fanático, claro que não. Digo que a semente do fanatismo brota ao adoptar-se uma atitude de superioridade moral que impeça a obtenção de consensos. É uma praga muito comum que, certamente, se manifesta em diferentes graus. Um ou uma militante ecologista pode adoptar uma atitude de superioridade moral que impeça a obtenção de consensos, mas causará muito pouco dano se o compararmos, por exemplo, com um depurador étnico ou terrorista. Mais ainda, todos os fanáticos sentem uma atracção, um gosto especial, pelo kitsch. Muito frequentemente, o fanático só consegue contar até um, já que dois é um número demasiado grande para ele ou para ela. Ao mesmo tempo, descobriremos que, com alguma frequência, os fanáticos são sentimentais incuráveis: preferem muitas vezes sentir do que pensar, e têm uma fascinação especial pela sua própria morte. Desprezam este mundo e estão impacientes por trocá-lo pelo «Paraíso». No entanto, o seu Paraíso é geralmente imaginado como o final de uma mau filme.Vou contar uma história em jeito de divagação: eu sou um reconhecido divagador, estou sempre a divagar. Um querido amigo e colega meu, o admirável romancista israelita Sammy Michael, passou uma vez pela experiência, por que todos nós passamos de vez em quando, de andar de táxi durante um bom tempo com um condutor que lhe ia dando a típica palestra sobre como é importante para nós, judeus, matar todos os Árabes.Sammy ouvia-o e, em vez de lhe gritar ‘Que homem horrível que você é! É nazi ou fascista?’, decidiu ir por outro caminho e perguntou-lhe: «E quem acha que deveria matar todos os Árabes?» O taxista disse: «O que quer dizer com isso? Nós! Os Judeus Israelitas! Temos de o fazer! Não há escolha. Veja só o que nos fazem todos os dias!»«Mas quem, especificamente, é que deveria fazer o trabalho? A polícia? Ou o Exército, talvez? O corpo dos bombeiros ou as equipas médicas? Quem deveria fazer o trabalho?»O taxista coçou a cabeça e disse: «Penso que deveríamos dividi-lo em partes iguais entre cada um de nós, cada um de nós devia matar alguns.»E Sammy Michael, ainda no mesmo jogo, disse: «Pois bem, suponha que a si lhe toca um determinado bloco residencial da sua cidade natal, Haifa, e que bate às portas ou toca às campainhas, e pergunta: ‘Desculpe, senhor, ou desculpe, senhora. Por acaso é Árabe?’ E se a resposta for afirmativa, você dispara. Quando acaba o seu bloco, dispõe-se a regressar a casa mas, ao fazê-lo», continuou Sammy, «ouve, algures no quarto andar do seu bloco, o choro de um bebé. Voltaria para matar o bebé? Sim ou não?»Houve um momento de silêncio e, então, o taxista disse a Sammy: «Sabe, o senhor é um homem muito cruel.»Esta é uma história significativa, porque há algo na natureza do fanático que, essencialmente, é muito sentimental e, ao mesmo tempo, carece de imaginação. E isto, às vezes, dá-me esperança – naturalmente, muito limitada – de que injectando alguma imaginação nas pessoas, talvez as ajudemos a reduzir o fanático que trazem dentro de si e a sentirem-se incomodados. Não é um remédio rápido, não é uma cura rápida, mas pode ajudar."
5"Conformidade e uniformidade, a urgência de «pertencer a» e o desejo de fazer com que todos os demais «pertençam a» podem constituir perfeitamente as formas de fanatismo mais amplamente difundidas. Lembrem-se de A Vida de Brian, esse filme magnífico dos Monty Phyton, em que o protagonista diz à multidão dos seus futuros discípulos «Sois todos indivíduos!» e a multidão responde aos gritos «Somos todos indivíduos!», excepto um lá no meio, que diz timidamente com um fio de voz: «Eu não.» Mas todos o mandam calar furiosos.Uma vez tendo dito que a conformidade e a uniformidade dão formas moderadas mas expandidas de fanatismo, devo acrescentar que, com frequência, o culto da personalidade, a idealização de líderes políticos ou religiosos, a adoração de indivíduos sedutores, podem muito bem constituir outras formas disseminadas de fanatismo. O século XX parece ter dado mostras excelentes neste sentido. Por um lado, os regimes totalitários, as ideologias mortíferas, o chauvinismo agressivo, as formas violentas de fundamentalismo religioso. Por outro, a idolatria universal de uma Madonna ou de um Maradona. Talvez o pior aspecto da globalização seja a infantilização do género humano - «o jardim de infância global», cheio de brinquedos e adereços, rebuçados e chupa-chupas.Até meados do século XIX, mais ano menos ano – varia de um país para outro, de um continente para outro – mas grosso modo até um determinado momento do século XIX, a maior parte das pessoas em grande parte do mundo tinha, pelo menos, três certezas básicas: onde passarei a minha vida, o que farei para viver e o que acontecerá comigo depois de morrer. Quase toda a gente – há uns cento e cinquenta anos – sabia que passaria a sua vida onde nascera ou em algum lugar próximo, talvez na povoação vizinha. Todos sabiam que ganhariam a vida como os seus pais ou de forma semelhante. E que, portando-se bem, iriam para um mundo melhor depois de mortos. O século XX provocou uma erosão destas e de outras certezas, destruindo-as muitas vezes. A perda destas certezas elementares pode ter originado o meio século mais ferozmente egoísta, hedonista e mais virado para a superficialidade. No que respeita aos movimentos ideológicos da primeira metade do século passado, o mantra costumava ser: «Amanhã será um dia melhor – façamos sacrifícios hoje, levemos os outros a fazer sacrifícios, para que os nossos filhos herdem um paraíso no futuro.»Num determinado momento à volta de meados do século, esta noção foi substituída pela da felicidade instantânea. Não se tratava do já famoso direito a lutar pela felicidade, mas da ilusão – actualmente tão difundida – de que a felicidade está exposta nas prateleiras, de que basta chegar a ser suficientemente rico para comprar a felicidade a troco de dinheiro. A ideia do «foram felizes para sempre», a ilusão da felicidade duradoura, é, na verdade, um oxímero. Pode ser pontual ou prolongada, mas a felicidade eterna não é felicidade, do mesmo modo que um orgasmo sem fim não seria de forma alguma um orgasmo.A essência do fanatismo reside no desejo de obrigar os outros a mudar. Nessa tendência tão comum de melhorar o vizinho, de corrigir a esposa, de fazer o filho engenheiro ou de endireitar o irmão, em vez de deixá-los ser. O fanático é uma das mais generosas criaturas. O fanático é um grande altruísta. Está mais interessado nos outros do que em si próprio. Quer salvar a nossa alma, redimir-nos. Livrar-nos do pecado, do erro, do tabaco, da nossa fé ou da nossa carência de fé. Quer melhorar os nossos hábitos alimentares, ou curar-nos do alcoolismo ou do hábito de votar. O fanático morre de amores pelo outro. Das duas uma: ou nos deita o braço ao pescoço porque nos ama de verdade, ou se atira à nossa garganta em caso de sermos irrecuperáveis. Em qualquer caso, topograficamente falando, deitar os braços ao pescoço ou atirar-se à garganta é quase o mesmo gesto. De uma maneira ou de outra, o fanático está mais interessado no outro do que em si mesmo, pela simples razão de que tem um mesmo bastante exíguo, ou mesmo nenhum mesmo.
O senhor Bin Laden e os da sua laia não se limitam a odiar o Ocidente. Não é assim tão simples. Creio antes que querem salvar as nossas almas, querem libertar-nos dos nossos horríveis valores, do materialismo, do pluralismo, da democracia, da liberdade de opinião, da emancipação da mulher… Tudo isto, segundo os fundamentalistas islâmicos, é muito, mas mesmo muito prejudicial à saúde.
Com toda a certeza, o objectivo imediato de Bin Laden não era Nova Iorque ou Madrid. O seu objectivo era converter os muçulmanos pragmáticos, moderados, em crentes «autênticos», no seu tipo de muçulmanos. O Islão, para Bin Laden, estava debilitado pelos «valores americanos» e, para defender o Islão, não basta ferir o Ocidente e feri-lo forte e feio. Não. No final, o Ocidente deve ser convertido. A paz só prevalecerá quando o mundo se tiver convertido, não já ao Islão, mas à forma mais rígida, feroz e fundamentalista do Islão. Será para nosso bem. No fundo, Bin Laden ama-nos. O 11 de Setembro, no seu modo de pensar, foi um acto de amor. Fê-lo para nosso bem, quer mudar-nos, quer redimir-nos."
6"Muito frequentemente, tudo começa na família. O fanatismo começa em casa. Começa precisamente pela urgência tão comum em mudar um ser querido para seu próprio bem. Começa pela urgência do sacrifício para bem de um vizinho muito amado. Começa pela urgência de dizer a um filho: «Tens de fazer como eu, não como a tua mãe» ou «Tens de fazer como eu, não como o teu pai» ou «Por favor, sê muito diferente de ambos». Ou quando os cônjuges dizem entre si: «Tens de mudar, tens de fazer como eu, ou, de contrário, o casamento não resultará.» Com frequência, começa pela urgência em viver a própria vida através da bida de outrem. Em anular-se a si próprio para facilitar a realização do próximo ou o bem-estar da geração seguinte. O auto-sacrifício costuma infligir terríveis sentimentos de culpa ao seu beneficiário, manipulando-o ou mesmo controlando-o. Se eu tivesse de escolher entre os dois estereótipos de mãe da famosa anedota judaica – a mãe que diz ao filho «Acaba o pequeno-almoço ou mato-te», ou a que diz, «Acaba o pequeno-almoço ou mato-me» -, provavelmente escolheria o menor de dois males, não acabar o pequeno-almoço e morrer, em vez de não acabar o pequeno-almoço e viver com um sentimento de culpa para o resto da minha vida.Voltemos agora ao sombrio papel dos fanáticos e ao fanatismo no confronto entre Israel e a Palestina, outro Israel e grande parte do mundo árabe. O choque entre israelitas e Palestinianos não é, na sua essência, uma guerra civil entre dois segmentos da mesma população, do mesmo povo, da mesma cultura. Não é um conflito interno, mas internacional. Felizmente. Porque os conflitos internacionais são mais fáceis de resolver do que os internos - guerras religiosas, lutas de classes, guerras de valores. Disse mais fáceis, não fáceis. Na sua essência, a batalha entre Judeus Israelitas e Árabes Palestinianos não é uma guerra religiosa, embora os fanáticos de ambos os lados façam o impossível por transformá-la numa guerra religiosa. Fundamentalmente, não é mais do que um conflito territorial sobre a dolorosa questão: «De quem é a terra?» É um doloroso conflito entre quem tem razão e quem tem razão, entre duas reivindicações muito convincentes, muito poderosas, sobre o mesmo pequeno país. Nem guerra religiosa, nem guerra de culturas, nem desacordo entre duas tradições. Simplesmente uma verdadeira disputa teritorial sobre quem é o proprietário da casa. E eu acredito que isto se pode resolver.Acredito, de uma forma simples e cautelosa, que a imaginação possa servir de protecção parcial e limitada contra o fanatismo. Acredito que uma pessoa capaz de imaginar o que as suas ideias implicam, como no caso do bebé a chorar no quarto andar, pode converter-se num fanático parcial, o que já constitui uma ligeira melhoria. Neste momento, bem gostaria de vos dizer que a literatura contém um antídoto contra o fanatismo, que é a injecção de imaginação nos leitores. Gostaria de poder recitar simplesmente: leiam literatura e ficarão curados do vosso fanatismo. Infelizmente, não é assim tão simples. Infelizmente, muitos poemas, muitas histórias e dramas ao longo da História foram utilizados para fomentar o ódio e a superioridade moral nacionalista. Apesar de tudo, há algumas obras literárias que julgo poderem ajudar até certo ponto. Não operam milagres, mas podem ajudar. Shakespeare pode ajudar muito: todo o extremismo, toda a cruzada intransigente, toda a forma de fanatismo em Shakespeare acaba, mais tarde ou mais cedo, em tragédia ou comédia. No final, o fanático nunca está mais feliz ou mais satisfeito, ora morrendo ora convertendo-se em bobo. É uma boa injecção. E Gogol também pode ajudar: faz com que, grotescamente, os seus leitores tomem consciência do pouco que sabemos, mesmo quando estamos convencidos de ter cem por cento de razão. Gogol ensina-nos que o nosso próprio nariz pode transformar-se num inimigo terrível, num inimigo fanático até. E pode acontecer que acabemos por perseguir fanaticamente o nosso próprio nariz. Em si, não é uma má lição. Kafka é um bom educador a este respeito, se bem que tenho a certeza de que ele nunca pretendeu leccionar contra o fanatismo. Mas Kafka mostra-nos que também existe escuridão e enigma e engano quando pensamos que não fizemos absolutamente nada de mal. Isso ajuda. (Se houvesse tempo e espaço, poderia falar muito mais sobre Kafka e Gogol e sobre a subtil conexão que vejo entre ambos, mas vamos deixá-lo para outra ocasião.) E William Amijai expressa tudo isto melhor do que eu poderia fazer, quando afirma: «Onde temos razão não podem crescer flores.» É uma frase muito útil. Assim, de certo modo, algumas obras literárias podem ajudar, mas não todas."
7 "E se me prometerem não levar à letra o que vou dizer, atrever-me-ia a assegurar que, pelo menos em princípio, julgo ter inventado o remédio contra o fanatismo. O sentido de humor é uma grande cura. Jamais vi na minha vida um fanático com sentido de humor, nem nunca vi qualquer pessoa com sentido de humor converter-se num fanático, a menos que ele ou ela tivessem perdido esse sentido de humor. Os fanáticos são frequentemente sarcásticos. Alguns deles têm um sarcasmo muito agudo, mas de humor, nada. Ter sentido de humor implica a capacidade de se rir de si próprio. Humor é relativismo, humor é habilidade de nos vermos como os outros nos vêem, humor é a capacidade de perceber que, por muito cheia de razão que uma pessoa se sinta e por mais tremendamente enganada que tenha estado, há um certo lado da vida que tem sempre a sua graça. Quanto mais razão se tem, mais divertia se torna a pessoa. E, neste caso, pode dar-se ser um israelita convicto da sua razão ou qualquer pessoa convicta da sua razão. Com sentido de humor, bem pode acontecer que se seja parcialmente imune ao fanatismo.Se eu pudesse comprimir o sentido de humor em cápsulas e, depois, persuadir povoações inteiras a engolirem as minhas pílulas humorísticas, imunizando desse modo toda a gente contra os fanáticos, talvez um dia chegasse ao Prémio Nobel de Medicina, em vez de Literatura. Mas esperam! A simples ideia de fazer com que os outros engulam as minhas pílulas humorísticas para seu próprio bem, curando-os assim do seu mal, já está ligeiramente contaminada de fanatismo. Muito cuidado, o fanatismo é extremamente infeccioso, mais contagioso do que qualquer vírus. Pode-se contrair fanatismo facilmente, até mesmo ao tentar vencê-lo ou combatê-lo. Basta ler os jornais ou ver televisão para verificar como as pessoas se convertem facilmente em fanáticos antifanáticos, em fanáticos antifundamentalistas, em cruzados antijihad. Afinal, se não podemos vencer o fanatismo, talvez possamos, ao menos, contê-lo um pouco. Como disse antes, a capacidade de nos rirmos de nós próprios constitui uma cura parcial, a capacidade de nos vermos como os outros nos vêem é um outro remédio. A capacidade de conviver com situações cujo final está em aberto, inclusivamente de aprender a desfrutar com essas situações, de aprender a desfrutar com a diversidade, também pode ajudar.Não estou a pregar o relativismo moral total, com certeza que não. Tento realçar a nossa capacidade de nos imaginarmos uns aos outros, Façamo-lo a todos os níveis, começando pelo mais quotidiano. Imaginemos o outro quando lutamos, imaginemos o outro quando nos queixamos, imaginemos o outro precisamente quando sentimos que temos cem por cento de razão. Mesmo quando se tem cem por cento de razão e o outro está cem por cento equivocado, continua a ser útil imaginar o outro. Na verdade, fazemos isso a todo o momento. O meu último romance, O Mesmo Mar, versa sobre seis ou sete pessoas espalhadas pelo globo e que têm entre si uma comunicação quase mística. Pressentem-se, comunicam constantemente entre si de forma telepática, embora se encontrem disseminados pelos quatro cantos da Terra.A capacidade de conviver com situações de final em aberto está, imaginariamente, em aberto para todos nós; escrever um romance, por exemplo, implica, entre outras responsabilidades, a necessidade de nos levantarmos todas as amnhãs, tomar um café e começar a imaginar o outro, Como seria se eu fosse ela, e como seria se eu fosse ele? E na minha experiência pessoal, na minha própria história de vida, na minha história familiar, não consigo deixar de pensar frequentemente que, com uma ligeira modificação dos meus genes ou das circunstâncias dos meus pais, eu poderia ser ele ou ela, poderia ser um colono da Margem Ocidental, poderia ser um extremista ultra-ortodoxo, poderia ser um judeu oriental de um país do Terceiro Mundo, poderia ser alguém diferente. Poderia ser um dos meus inimigos. Imaginar isto é sempre uma prática útil. Há muitos anos, quando ainda era uma criança, a minha sapientíssima avó explicou-me com palavras muito simples a diferença entre um judeu e um cristão, não ente um judeu e uma muçulmano, mas entre um judeu e um cristão: «Olha», disse, «os Cristãos acreditam que o Messias já cá esteve uma vez e que, certamente, regressará um dia. Os Judeus defendem que o Messias ainda está por chegar. Por isso», disse a minha avó, «por isso, tem havido tanta raiva, tantas perseguições, derramamento de sangue, ódio… Porquê? Por que não podemos simplesmente esperar todos e ver o que acontece? Se o Messias voltar e disser, ‘Olá, estou muito contente por vê-los de novo’, os Judeus terão de aceitar. Se, pelo contrário, o Messias chegar e disser, ‘Como estão, prazer em conhecê-los’, toda a Cristandade terá de pedir desculpa aos Judeus. Entretanto», disse a minha sábia avó, «vive e deixa viver». Ela era, definitivamente, imune ao fanatismo. Conhecia o segredo de viver em situações de final em aberto, no meio de conflitos não resolvidos, com a diversidade de outras pessoas.Comecei por dizer que o fanatismo muitas vezes começa em casa. Quero terminar dizendo que o antídoto também se pode encontrar em casa, praticamente na ponta dos nossos dedos. Nenhum homem é uma ilha, disse John Donne, mas atrevo-me humildemente a acrescentar: nenhum homem e nenhuma mulher é uma ilha, mas cada um de nós é uma península, com uma metade unida à terra e a outra a olhar para o oceano – uma metade ligada à família, aos amigos, à cultura, à tradição, ao país, à nação, ao sexo e à linguagem e a muitas outras coisas, e a outra metade a desejar que a deixem sozinha a contemplar o oceano. Penso que nos deviam deixar continuar a ser penínsulas. Todo o sistema político e social que converte cada um de nós numa ilha donneana e o resto da Humanidade em inimigo ou rival é uma monstruosidade. Mas ao mesmo tempo, todo o sistema ideológico, político e social que apenas nos quer transformar em moléculas do continente, também é uma monstruosidade.A condição de península é a própria condição humana. É o que somos e o que merecemos continuar a ser. De modo que, em certo sentido, em cada casa, em cada família, em cada condição humana, em cada relação humana, temos de facto uma relação entre um certo número de penínsulas, e será melhor que nos lembremos disso antes de nos tentarmos modelar uns aos outros, de virarmos as costas uns aos outros e de tentarmos que quem está ao nosso lado se torne igual a nós, enquanto que o que ele ou ela necessitam é de contemplar o oceano durante algum tempo. E esta é a verdade para os grupos sociais, para as culturas, para as civilizações, para as nações e, é verdade, para os Israelitas e os Palestinianos. Nenhum deles é uma ilha e nenhum deles pode misturar-se inteiramente com o outro. Estas duas penínsulas deviam estar relacionadas e, ao mesmo tempo, deixadas à sua vontade. Sei que esta é uma mensagem pouco usual num tempo em que a violência, a ira, a vingança, o fundamentalismo, o fanatismo e o racismo capeiam livremente no Médio Oriente e noutros lugares.Sentido de humor, a capacidade de imaginar o outro, a capacidade de reconhecer a capacidade peninsular que existe em cada um de nós, pode pelo menos constituir uma defesa parcial contra o gene fanático que todos temos dentro de nós."
O Sublinhado é meu."
F-se! O Amos Oz Não É Só Um Homem De Beleza Intemporal. É De Tomar Partido. Para Escutar, Escutar ...

Saturday, December 27, 2008

F-se! O Meu Blog Secreto Favorito É da Madeira... Espreitai





Do Jorge Soares 豪尔赫 (Hao Rhe)
Funchal, Madeira, Portugal




F-se! É! My Asia Movies, É Mesmo Uma Perdição!!!
PS.: Y o puto da foto é parecido com o Hiroyuki Tomita, o meu Asiático Favorito.

F-se! Aqui Está Um Português Profundo! Y Verdadeiramente Bom ( No Sentido de Capaz de)!.



Caro leitor socialista, eu sou por tudo o que levante Portugal, por tudo quanto lhe restitua o amor-próprio, por tudo quanto nos fez e nos lustrou.

Há uns 17 anos, estava com uns amigos no River City Center de Bangkok, situado mesmo ao lado da nossa espectacular embaixada. Este centro comercial diferenciava-se da costumeira imagem que temos destes aglomerados lojistas, porque consistia numa verdadeira arca de tesouros. As muitas dezenas de estabelecimentos dedicavam-se exclusivamente ao comércio de antiguidades e objectos de decoração. O esplendor oriental, a recriação de réplicas perfeitas de Art Deco, esplendorosas árvores decorativas em dimensão real e construídas com ágatas e outras pedras semi-preciosas, as porcelanas, lacas, bronzes, jades e madeiras cheirosas, fazem-nos mergulhar nos luxos de outros tempos, coexistindo exuberantemente com peças do mais atrevido e depurado design de gosto ocidental É o melhor centro comercial que já visitei e sempre conta com uma visita minha, para "ver as novidades" que me são tão caras. (1)

Naquela manhã, acompanhado por alguns amigos portugueses, fui questionado por dois estudantes uniformizados, curiosos pela origem da língua que falávamos. Respondi-lhes que éramos de Lisboa, a sempre e esquiva arrogância ocidental, pronta a testar a sabedoria de outrem. A resposta foi pronta:

- Uiiiiii, Portukét, very big navy!

É esta a imagem que persiste, apesar de um longo e lento declínio de mais de três séculos.

Naquelas paragens, Portugal surge como hoje o Ocidente ainda olha para a Grécia Antiga. O nosso país é para muitos povos, o genial mensageiro da modernidade e da criação de muitas nações erigidas hoje em Estados, em pátrias. A nossa gente serviu nos palácios, aconselhando rajás, príncipes e ramas. Soldados portugueses comandaram gigantescos exércitos orientais, onde os elefantes surgiam com as atribuições hoje reservadas às unidades couraçadas. Acompanhados pelos nossos arcabuzeiros, garantiram a independêcia e a prosperidade - nem sempre pacífica - de potentados hoje desconhecidos para a esmagadora maioria dos europeus. Na Indonésia, os governadores nomeados por Amesterdão, eram obrigados a conhecer a língua portuguesa, o veículo fundamental de comunicação na vasta área que vai do Cabo Guardafui - o nome diz tudo -, até a paragens tão longínquas como Nagasáqui. O Padroado das Índias criou laços indestrutíveis de fidelidade à memória comum, alçando á divindade o sentimento de pertença a um espaço que transcendeu a simples matéria. Fomos respeitados e queridos, apesar de todas as violências e vicissitudes consequentes de uma presença imperial e muito caboucada no interesse comercial. Quando da assinatura dos primeiros tratados de comércio entre as potências ocidentais - Estados Unidos incluídos - com os reinos asiáticos, o articulado era redigido nas três línguas, isto é, no idioma local - fosse ele o siamês, chinês ou malaio -, o ocidental em questão e claro está, em português, a língua do comum entendimento.

O património material é tão vasto quão impressionante. Panos de muralhas, igrejas, conventos, a organização ortogonal de tantas "partes velhas" de cidades e principalmente, o tão famoso e apregoado "estilo colonial", absolutamente copiado ou re-interpretado por todas as nações europeias que na Ásia estabeleceram a sua presença e soberania. As varandas de Macau, os telhados com as telhas de canudo portuguesas, as arcadas e janelas de tabuinhas, o bom gosto dos palacetes da outrora Goa dourada. Quantos testemunhos arquitectónicos, quantas adopções entusiasmadas do contributo luso naquelas paragens! Os idiomas locais, fortalecidos com o contributo do português, adaptaram-se até um certo ponto, à visão da sociedade e do mundo, que os novos mas efémeros senhores trouxeram de longínquas paragens. Os Silvas, Pereiras ou Pareiras, Mellos, Menezes e até Braganças, tornaram-se também o património de milhões, sejam eles cingaleses, indianos, birmaneses, malaios, tailandeses ou chineses. Para aquela gente, Portugal vive e com Portugal ainda vibram, seja na época das grandes festas religiosas que sustentam a sua perenidade e identidade nas comunidades que integram, seja num simples campeonato de futebol que os obriga a manter a atenção madrugada adentro, diante do televisor. Ao contrário do que se pensa, ainda existe uma certa ideia de Portugal como potência, no velho e prestigioso sentido do termo. Conhecem a nossa pequenez territorial e a igualmente exígua dimensão económica. No entanto, estimam o nosso abnegado poder de resistência às adversidades, o lutar até ao fim por uma nesga de terra - Colombo, Malaca, Goa, Macau e Timor - comprovam o nosso fácil apego às gentes e ao seu modo de vida e confirmam aquele primeiro encanto experimentado pelos homens do Gama, extasiados como uma Índia que os esmagou pela riqueza material e espiritual. Portugal dá-lhes a confiança garantida pelos laços de sangue já tão antigos e ainda hoje orgulhosamente reivindicados. Para eles, somos "os primos da Europa", dos quais conservam o Deus, os nomes, a gastronomia, centos de palavras e uma forma de organização social e familiar muito próxima daquela que foi trazida por antepassados comuns.

O futuro de Portugal radica essencialmente na mais valia - aqui está um termo do quotidiano normalizador - do seu passado. A América do Sul, a África que por nós espera e as Índias - no seu sentido mais lato - apenas aguardam o gizar e a colocação em prática do projecto de restabelecimento efectivo dos laços seculares, jamais quebrados. A tradicional política portuguesa de aliança com a Inglaterra (e hoje com os EUA), poderá solidificar-se e conquistar um valor indesmentível, se corresponder ao regresso a outras paragens onde a cooperação é possível e desejada. Mercados imensos e em crescimento ininterrupto, o prestígio de uma civilização da qual somos os portadores do facho primordial, impõem um repensar urgente da nossa política externa. Qualquer milhão investido no antigo Ultramar, tem um peso consideravelmente superior às miragens oferecidas por uma Europa de futuro incerto e até imprevisível. O simples facto de pertenceremos ao espaço físico europeu, é por si, uma garantia de absoluta segurança da nossa identidade e dos incontornáveis interesses materiais. Mas tal comprometimento, não pode nem deve obstruir o baluarte essencial à preservação da nossa identidade e lugar soberano no mundo.

Urge construir uma política eficaz que responda à urgência do momento e se é certo que tal é incompatível com os normais ciclos de rotatividade no poder - afastando gente competente e premiando apenas os incondicionais fiéis de grupo -, a própria solidez democrática do Estado, impõe a inevitabilidade da existência de uma linha coerente da política externa, seguindo o vector histórico que confirma uma vez mais, a sua plena e auspiciosa actualidade. Existe muita gente que plasma o seu arreigado patriotismo, na vontade pelo trabalho desinteressado, secundarizando fidelidades partidárias e agindo através do estudo e daquela curiosidade que levou os portugueses a remotas paragens e ao lugar que ocupamos na história. O renegar ou o simples alhear de um passado que abre novamente imensas perspectivas para um futuro melhor, consiste num crime. Pior ainda, numa imperdoável inconsciência daquilo que fomos e poderemos voltar a ser.


(1) Ainda existe,
Miguel
?
F-se! Ler O Nuno É Obrigatório. Ai É! É!

Friday, December 26, 2008

F-se! Os Convites Envenenados, Uma Espécie de Mercados dos Sorrisos, Brincar à Felicidade, Ao Paraiso, Artífício Como Dado Cultural,


Texto do Miguel In Combustões

Aqui está um dos grandes bezerros de ouro do tempo presente. O turismo dá emprego a milhões, dizem; o turismo é um dos grandes vectores para o desenvolvimento dos países com sol e praias, acrescentam; o turismo permite a circulação de pessoas, permutas culturais, quebra o isolamento, protege o ambiente, insistem. A tentação de fazer engenharia social, de converter sociedades direccionando-as para a especialização no ócio de terceiros abastados, de transformar cada um em bartender, recepcionista, técnico de lavandaria, limpador de quartos e de piscinas, jardineiro de campos de golfe, criado de mesa, guarda de resort, motorista de limousine de aluguer, massagista de SPA, escort girl (ou escort boy), fabricador de bugigangas ditas de artesanato, tudo isto faz as maravilhas dos promotores de sonhos ao alcance da maioria dos ocidentais em busca de refrigério para apagar onze meses de frio, aborrecimento e stress.
O turismo não é um dado de civilização, mas uma marca de decadência. O turismo acentua a colonização e a dependência, tem impacto nefastíssimo na formação profissional, retira braços da agricultura, da pesca e da indústria, perturba - e de que maneira - a ecologia social, cria brutal atrito cultural, vulnerabiliza sociedades inteiras expondo-as às flutuações de moda e conjuntura económica. São quinze dias e catorze noites de bebedeiras, rave parties, casos de polícia, altercações, pugilato. Ao abandonarem os "paraísos tropicais" - paraísos para os caçadores de fotos, para os ocidentais em busca de abraços e beijos pagos - regressam aos seus frios, ventosos e aborrecidos países de origem cheios de sonhos, ideias feitas, ego compensado e aquele sentimentozinho de superioridade que faz a desgraça das paragens por eles invadidas e brutalizadas.
Compreendo agora, conhecendo e falando sem ocultação com os thais, o mal desta indústria. Compreendo, agora, por que razão se vai espalhando a xenofobia, o medo pelo estrangeiro, aquele cansaço de se ter sempre por perto um mastodonte tatuado, piercingado, de chinela (ou até descalço, no centro de Banguecoque), exigindo, dando ordens, triturando as mais elementares regras da urbanidade. Sim, os "paraísos tropicais" estão fartos dos estrangeiros. Simulam simpatia, pois os mastodontes XXL e arrogantes trazem dinheiro, dinheiro fácil que tudo quer comprar, que lhes invade os templos de gargalhadas e gritos, que standardizou bairros inteiros em disneylândia de copos, decibéis e propostas para uma noite. Quando os aeroportos fecharam portas, um amigo thai disse-me, sorrindo: "ao menos vamos ficar descansados durante uns tempos". A reputação do turista está em queda. Após 30 anos, a ideia que de nós, ocidentais, fazem é, no mínimo, reservada.
Sabemos o mal que tal indústria fez a Portugal nos anos 60, 70 e 80. O Algarve escalavrado pela especulação imobiliária - aquilo fora uma terra belíssima é hoje um amontoado de betão, um monumento ao horror e à patetice - constitui-se hoje em "paraíso para golfistas". Ora, se o impacto social e cultural foi terrível, o impacto ambiental parece multiplicar por dois dígitos a desdita. Um campo de golfe requer milhões de litros de água, milhares de sacas de herbicidas e devasta a orla costeira "para dar vista larga". Se perguntarem a um jovem algarvio o que quer ser, dir-vos-á que quer ser criado de mesa ou caddie. Os algarvios mudaram, mudaram muito com a tal indústria. Dizia-se, nos anos 50, que os algarvios eram doces e sorridentes, amenos e humildes, quase levantinos. Depois, chegaram os mastodontes XXL e tornarm-se ávidos por dinheiro fácil, respondões e quase agressivos para os outros portugueses (que não tinham dinheiro) e cínicos na cata de clientes. Se assim foi no Algarve, calcule-se o que não terá sido no Sri Lanka, nas Maldivas, BirMãnias e Tailândia.
Estes comentários indignarão decerto os fascinados pelo dinheiro terraplanador, os construtores civis que mutilam o original e, sobre os escombros do verdadeiro edificam vilas neo-D. João V. Decerto que o turismo é um bem, quando doseado e tido como fonte marginal de receitas. Medina Carreira afirmou que a partir dos 10% da população activa envolvida em tal sarambanda de copos, golfes e massagens, o perigo do turismo se transformar em mal económico é evidente. Tempos houve em que não havia turismo, mas viajantes. Estes, sim, eram como o grão de sal que trazia um toque de diferença. Hoje, temos camionetas cheias de gente XXL, aviões-carreira apinhados de uma matulagem insuportável, cidades feitas para eles, praias para eles, espectáculos, restaurantes e artesanato "tradicionais" para eles. É um bem ? Não, é um flagelo.



PS.: A Foto É Um Dos Espelhos-Lusos Do Texto do Miguel.


F-se! A Indusrialização Da Cultura Autocne Como Mera Engenhoca Consumível Y Descartável Por Todos. Bem Lá No Fundo, A Negação Da Cultura, Não Participar (!) Deixa-nos Mais Humanos.

Bonds To The End of Time - lançamento hoje no Japão!


Olá a todos!
Tudo bem com vocês?
Tiveram um bom Natal?

Hoje finalmente é posta à venda no Japão a nova colecção de cartas Pokémon: Bonds To The End Of Time, uma expansão que nos apresenta os Pokémons dos Gym Leaders e da Elite Four!

Os Pokémons dos Gym Leaderes terão "GL" na carta e os da Elite Four terão "E4" para mostrar que são Pokémons especiais e que evoluem de forma diferente.

A colecção terá 90 cartas no seu total e é a 40ª colecção de cartas a ser lançada!

A colecção terá dois decks:

Infernape vs Gallade SP Deck Kit



Eis o que traz cada deck:

Infernape Half Deck:

Card No. Card Name
001/018 Rapidash 4
002/018 Flareon 4
003/018 Infernape 4
004/018 Infernape 4 Lv. X
005/018 Golem 4
006/018 Whiscash 4
007/018 Hippowdon 4
008/018 Rhyperior 4
009/018 Gliscor 4
010/018 Houndoom 4
011/018 Energy Search
012/018 G-105 Pokéturn
013/018 Switch
014/018 Poké Ball
015/018 G-101Energy Gain
016/018 Flint's Spirit
017/018 Bertha's Kindness
018/018 SP Energy

Gallade Half Deck:

Card No. Card Name
001/018 Scizor 4
002/018 Heracross 4
003/018 Vespiquen 4
004/018 Yanmega 4
005/018 Mr. Mime 4
006/018 Espeon 4
007/018 Bronzong 4
008/018 Gallade 4
009/018 Gallade 4 Lv. X
010/018 Drapion 4
011/018 Energy Search
012/018 G-105 Pokéturn
013/018 Switch
014/018 Poké Ball
015/018 G-101 Energy Gain
016/018 Lucian's Appointment
017/018 Aaron's Collection
018/018 SP Energy

Esta é a imagem do booster:



E agora fica o cardlist da colecção:

Card No. Card Name
001/090 Weedle
002/090 Kakuna
003/090 Beedrill
004/090 Seedot
005/090 Tropius
006/090 Turtwig GL
007/090 Roserade GL
008/090 Leafeon
009/090 Growlithe
010/090 Arcanine
011/090 Flareon
012/090 Staryu
013/090 Starmie
014/090 Vaporeon
015/090 Quagsire GL
016/090 Spheal
017/090 Sealeo
018/090 Walrein
019/090 Floatzel GL
020/090 Floatzel GL Lv. X
021/090 Shellos West Sea
022/090 Shellos East Sea
023/090 Gastrodon East Sea
024/090 Glaceon
025/090 Mamoswine GL
026/090 Froslass GL
027/090 Raichu GL
028/090 Jolteon
029/090 Luxray GL
030/090 Luxray GL Lv. X
031/090 Heat Rotom
032/090 Frost Rotom
033/090 Wash Rotom
034/090 Spin Rotom
035/090 Cut Rotom
036/090 Nidoran♀
037/090 Nidorina
038/090 Nidoqueen
039/090 Nidoran♂
040/090 Nidorino
041/090 Alakazam 4
042/090 Alakazam 4 LV.X
043/090 Gengar GL
044/090 Koffing
045/090 Weezing
046/090 Mismagius GL
047/090 Nidoking
048/090 Machamp GL
049/090 Aerodactyl GL
050/090 Trapinch
051/090 Rampardos GL
052/090 Gastrodon West Sea
053/090 Lucario GL
054/090 Hippopotas
055/090 Hippowdon
056/090 Hippowdon LV.X
057/090 Nuzleaf
058/090 Shiftry
059/090 Carvanha
060/090 Sharpedo
061/090 Forretress GL
062/090 Steelix GL
063/090 Aron
064/090 Lairon
065/090 Aggron
066/090 Jirachi
067/090 Bastiodon GL
068/090 Eevee
069/090 Munchlax
070/090 Snorlax
071/090 Vibrava
072/090 Flygon
073/090 Flygon
074/090 Kecleon
075/090 Ambipom G
076/090 Galactic's Invention G-109 SP Radar
077/090 Galactic's Invention G-107 Machine G
078/090 Underground Exploration Team
079/090 Volkner's Philosophy
080/090 Pluto's Choice
081/090 Bebe's Search
082/090 Sunyshore Gym
083/090 Pokémon Contest Hall
084/090 Upper Energy
085/090 SP Energy
086/090 Darkness Energy
087/090 Metal Energy
088/090 Pikachu
089/090 Surfing Pikachu
090/090 Flying Pikachu
-- Grass Energy
-- Fire Energy
-- Water Energy
-- Lightning Energy
-- Psychic Energy
-- Fighting Energy
-- Darkness Energy
-- Metal Energy

Grande colecção e grandes decks na minha opinião!

Até ao próximo post!

League Leader

Wednesday, December 24, 2008

F-se! Para quem não sabe: ISTO É QUE É POESIA!

"Agora vai ser assim: nunca mais te verei.

Este facto simples, que todos me dizem ser simples, trivial,

e humano, como um destino orgânico e sensato,

fica em mim como um muro imóvel, um aspecto esquecido

e altivo de todas as coisas, de todas as palavras.

(...)
Estava a porta entreaberta,

não bati sequer. Sempre me espanta encontrar-te tão

assim de visita, na tua própria casa, em ti.

Era difícil tocar-te, mexer-te. Na parede branca

oscilam os ramos, as sombras de ramos da alameda.

Era mais fácil beijar-te, por falta de palavras. Tão profundo

é o silêncio, que se ouvem todos os rumores,

o ladrar de um cão, o silvo de uma fisga,

a pancada dos ramos no entardecer, lembrando

um sino submarino. Pensava que amar-te (querer-te livre)

começava na ponta dos dedos e ia até às ideias mais abstractas,

que o teu corpo era a melhor expressão possível de ti, e ainda

muda, como um hieróglifo enterrado

na areia do teu deserto favorito (algures na anatólia),

pensava que serias um dia aquela singular memória

que nos separa, um breve instante, de tudo quanto vemos,

e muitas outras noites, acordado junto ao teu corpo ausente,

seriam como esta: vidros abertos sobre um ror de estrelas,

nuvens ligeiras navegando em direcção ao mar,

o jovem coração, liso detrás das grades, dos ossos.
(...)
Não podias sermais duro que agora, mais frágil que a boca

cinzenta do céu unânime e opaco,

mais simples do que o simples «nunca mais».
(...)
Vai ser assim: ver-te continuamente,

como se vê no céu o aeroplano.
Excertos do Poema "Eco" de António Franco Alexandre

O Meu excerto favorito do "Eco" é Este:

"(...)
compreendes agora? nenhuma «literatura»,/
nenhum chiar da roda inexorável, inoxidável mesmo,/
mito, frase, romance, ou «fantasia»,/
nem o extenso fogo que simula, na linha de horizonte,/
perfeitamente a aurora borealis,/
e nem o mundo, nem o saber do mundo, /
te bastarão. (...)" AfA, Uma fábula, "Eco", pág. 62.
Pelos excertos, imaginem o Poema! A concisão exacta do eco amoroso que nos faltava experienciar, para não nos sentirmos a enlouquecer sós.. AFA é assim: cirúrgico. Cada palavra cumpre a sua missão, cada verso é um feixe de sentidos ... etc. Uma Experiência, isto de ler o que escreve o AFA.

F-se! O António Franco Alexandre É Aquele Que É melhor Que Os Outros Todos Juntos Multiplicados y Somados y Babados Por Cegos Leitores De Frases Juntas...

F-se! 2008 Anos de Festa de Aniversário. Que INVEJA (!) que COBIÇA (!) a minha do Mano!



Este é o Mano cá da terra, uma espécie de nosso Sr. Da Cruz de Flores.
Pois. A Nossa Sra das Flores do Jean Genet (???). Faz lembrar, n é?!. Não! Este não é ficção. É mesmo o Romance cá das gentes da Terra.
F-se! Tb quero celebrar o meu Aniversário 2008 anos depois!
Sinto-me uma Enteada D/deus ( Bem, por acaso não. Bem pelo contrário se é possível o devaneio). Bem, não desejo cruzes... só as flores das Chagas.
PS.: A quem por aqui passar, que Sol y Lua sejam boas companhias.

Merry Christmas


For unto us a child is born, unto us a son is given: and the government shall be upon his shoulder: and his name shall be called Wonderful, Counsellor, The mighty God, The everlasting Father, The Prince of Peace. Isaiah 9:6


Right after Thanksgiving each year, I gear up to get myself into the Christmas mood. If you pull up to a stoplight and see some nut singing at the top of his lungs to a CD of George Frideric Handel’s Messiah, especially “For Unto Us a Child Is Born…,” that might be me. I also like to mix in some Rat Pack. Bare Naked Ladies and Sarah McLachlan singing "God Rest Ye Merry Gentlemen/We Three Kings" has become a new favorite. Decorating the house and putting up the lights outside always seem like a pain at the time, but it’s worth it just to see how much Alex (above and below) enjoys all the preparations. Seeing Christmas through Alex’s eyes reminds me of what it was to be a little boy at Christmastime and what it is to believe in a wonderful world again.

Annie, Alex, and I wish everyone out there a Merry Christmas, Happy Hannukhah, Blessed Eid, and Happy Kwanza! May you all have a safe, healthy, and happy holiday wherever you are. Art Blog By Bob will be on holiday hiatus until after the New Year. See you in 2009!

Utopia in a Box


How fitting that Joseph Cornell, maker of his magic boxes, was born on Christmas Eve 1903, the day before the opening of boxes around the world. Cornell lived with his mother and disabled brother for most of his life on a street in Flushing, New York called Utopia Parkway. As an artist, Cornell brought together the tiny fragments of ordinary life and assembled them into a tiny utopia he neatly packaged into a box. Many critics like to lump Cornell in with the Surrealists, but I’ve always seen him more as a hyper-realist who distills the world around him into its essential essence. Cornell was the ultimate pack rat, collecting not only little bits and pieces to place into his artwork but also mentally collecting new obsessions that ranged across the whole gamut of culture, both high and low. Cornell’s Untitled (Penny Arcade Portrait of Lauren Bacall) (above, from 1945) came out of the artist’s obsession with the actress. I’m sure Cornell wished he could find the sultry starlet under his tree on Christmas morning, but his almost crippling shyness relegated him to living out his dreams through his box. In his Penny Arcade, Cornell could enshrine Bacall and make her his forever.



Cornell taught himself how to build his boxes. Art and art history were just two of the many subjects he taught himself from scratch, obsessing and possessing them before locking them away in his boxes. Untitled (Medici Princess) (above, from 1948) shows Cornell facing the art of the past and the ideal of beauty of the past. Cornell’s centuries-old Medici Princess serves as a neat contrast to Bacall’s contemporary femme fatale. I love Cornell’s boxes for just how transparently they show the workings of the artist’s mind. You can sit and look at them individually and follow how they “work” internally. Just when you think you understand one, you see another box, perhaps related to another subject entirely, and recognize how Cornell’s mind leapt from place to place. Cornell’s obsessiveness can become almost obsessively compelling by itself.



Cornell remains a confusing figure for the general art public, many of whom don’t see the big fuss of these little boxes of “junk.” Because of his withdrawn nature, Cornell never promoted his own work. At his death, even Cornell’s family had no clue as to his stature in the art world and almost destroyed his body of work if not for the intervention of a fan. When Cornell screened his 1936 collage film Rose Hobart, Salvador Dalí, king of self-promotion, railed against Cornell for “stealing” his idea, thus ending Cornell’s film experiments and driving the film itself underground for decades. To appreciate Cornell, you must follow him and be prepared to go anywhere, including the stars. Cornell’s late-career love of astronomy led him to create works such as Cassiopeia 1 (above, from 1960) in which he attempts to stuff the very universe into his tiny boxes. A great deal of art teaches us to reach for the stars, but Joseph Cornell’s art brings them down to earth and hands them to us like a present.