O que dizer sobre a solidão dos homens (Belos!) que conquistam, o que muitos só podem cobiçar? "A glória, como vós bem sabeis, é amarga.", Le Clézio é, sem dúvida, o escritor mais belo que jamais alguma vez vi, ainda não me refiz da surpresa. Nunca tinha visto um escritor tão intensamente envolto em Beleza. Amos Oz é igualmente Belo, carismático, ferozmente corajoso, abruptamente humano y sem contemplações revela tudo, como se esse acto que se consuma na mais pura intimidade -a leitura - fosse o garante de uma inquebrável amizade; como se quem o lesse nunca, por isso, o pudesse trair, voltar as costas, sussurrar entre dentes barbaridades. Javier Marías - o meu eterno favorito - não é Belo, - é bo-ni-to!-, y apetece sempre parar para ver o que ele tem para dizer, y ele diz sempre algo inteligentemente enrebuçado, como quem dá um doce aos garotos, y acabamos por confiar mais nele do que em nós próprios, porque ele já é - sem exageros - sábio.
Le Clézio, Belo, sobriamente ciente do seu trabalho ( que desconheço, totalmente, por isso, não sei o verdadeiro valor deste hiato), agora com esse prémio máximo da actividade humana, na sua vertente do uso da palavra escrita, esse prémio que o seu compatriota Proust não ganhou! ele pode olhar y ele, ali: Belo, Sóbrio, Comedido, apenas, concentrou no seu olhar uma rara elegância, de quem se sabe - há muito tempo - Só!, ou ele não fosse Belo para já ter provado desse saber.
Apreciem a rara Beleza de Le Clézio, no programa La Grande Librairie. Estranho, não é?
F-se! Franceses ...! Vamos lá perceber ... Por esta quase-indiferença, talvez sirva de exemplo ( p. ex., a quem sonha comprar um Nobel com a reforma, eh ehe eh, ...lança o primeiro livro no dia em que anunciam o prémio Noble! Mas que jirripolas! … isto, de escrever num blog, é como sussurrar entre dentes. Aqui escrevemos tudo. Tudo o que a realidade se nos proporciona equacionar como possibilidade de ser pensado… )