Depois de ter sido avançada esta tarde a notícia da morte cerebral de Angélico Vieira, o hospital de Santo António, no Porto, declarou o óbito do cantor e ator, de 28 anos. "Angélico Vieira faleceu hoje em consequência de graves lesões que sofreu num acidente de viação. O óbito foi declarado após confirmação de morte cerebral" decalrou fonte do hospital às 23h45 desta terça-feira.
Angélico Vieira estava internado na Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de Santo António, no Porto, dependente das máquinas de suporte de vida, em estado muito grave e com prognóstico muito reservado, desde a madrugada de sábado, 25 de junho, quando sofreu um acidente de viação na A1, perto de Estarreja. Estava rodeado pela família - a mãe, Filomena, e o pai, Milton Angélico (que só conseguira chegar de Angola na segunda-feira), estavam a seu lado - e diversos amigos, que ali permaneciam desde sábado. Muito próxima da mãe de Angélico estava a atriz Rita Pereira, com quem o cantor e ator namorou durante quatro anos, e que se mostrava igualmente desesperada e em grande sofrimento.
Apesar de desde domingo circularem notícias que davam o cantor e ator como estando em morte cerebral, a verdade é que, como explicou à CARAS fonte hospitalar, a expressão não poderia ser aplicada enquanto Angélico estivesse ligado às máquinas. Estava, isso sim, em coma, e apesar de as probabilidades de recuperação serem ténues e improváveis, não eram nulas. A situação clínica de morte cerebral acabou por ser confirmada hoje ao início da tarde.
Eram 3h35 da madrugada de sábado, 25 de junho. Angélico Vieira, de 28 anos, viajava do Porto a caminho de Lisboa, onde iria apresentar o seu novo disco a solo e participar no espetáculo Morangomania, na praia de Santo Amaro de Oeiras. Conduzia um carro de alta cilindrada emprestado por um stand situado na Póvoa de Varzim e seguia acompanhado por três amigos. Foi ao quilómetro 259 da A1, na zona de Estarreja, que se deu o rebentamento do pneu da frente do lado esquerdo do automóvel.
O carro bateu no separador lateral e os dois ocupantes que viajavam no banco traseiro, Hélio Danilson Filipe e Armanda Monteiro Leite, foram projetados para o exterior, o que faz suspeitar que não teriam cinco de segurança, como concluiu o oficial de serviço ao Comando Operacional da GNR, o tenente-coronel Rui Barreiros. Hélio foi imediatamente atropelado por um automóvel que seguia atrás e morreu. Armanda, de apenas 17 anos, sofreu um traumatismo cranioencefálico e foi transportada para o Hospital de Santo António, onde continua com prognóstico reservado. O terceiro acompanhante de Angélico, Hugo Mendonça Pinto, que viajava a seu lado, terá beneficiado da precaução do uso de cinto de segurança e sofreu apenas ferimentos ligeiros.
Foi o próprio que relatou mais tarde: "Saltou uma roda do automóvel em andamento e o Angélico só teve tempo de gritar 'segurem-se', antes de a viatura guinar, embater no talude e dar algumas cambalhotas."
Dos três feridos, Angélico acabou por ser o mais grave, sofrendo "um traumatismo cranioencefálico de elevada gravidade", como explicaria mais tarde o médico Humberto Machado, e ainda lesões graves no tórax, nos pulmões e na cervical. O cantor e ator foi então submetido a uma intervenção cirúrgica que durou mais de cinco horas. Depois disso, ficou ligado às máquinas e mantido na Unidade de Cuidados Intensivos, sempre com prognóstico muito reservado.
Ao longo destes dias foram-se juntando no hospital diversos familiares de Angélico, não só os pais mas também tios e primos, assim como inúmeros amigos, entre eles Filipe Terruta e Marta Aragão Pinto, Eduardo Beauté e Luís Borges, os três músicos que com ele integraram a banda D'Zrt, Vintém, Cifrão e Edmundo, e também a atriz Anita Costa, que todos acreditavam ser a atual namorada de Angélico.
Sandro Milton Vieira Angélico nasceu em Lisboa no dia 31 de dezembro de 1982. Começou a trabalhar como modelo aos 21 anos, enquanto frequentava o 3.º ano do curso de Gestão de Empresas. A entrada no elenco da série Morangos com Açúcar abriu-lhe as portas da fama, que conheceu verdadeiramente ao integrar a banda D'Zrt. "Foram três anos cheios de sucesso em que venderam milhares de discos, com espetáculos de norte a sul do país, passando pelas salas de espetáculo mais emblemáticas e arrastando consigo uma legião de fãs", diz o site oficial do cantor. Depois, Angélico tentou uma carreira a solo, lançando em 2008 o seu primeiro álbum.
fonte: caras