A unanimidade seria um atentado descarado à Democracia. Dai o apelo de pompa à unanimidade, para parecer credível, sentido e sério. Mas ali, o sério, não era sério, era como se escrevessemos cérios: os deputados na sua ceriedade (que tanto se pode ler cera, como de uma aproximação postiça a sério, a serie) lá estavam eles votantes cérios no cumprimento do seu dever de representatividade de um que nós cá sabemos. Mas a UNANIMIDADE teria de ser transparente, translúcida, inequívoca para a opinião pública. E os deputados estavam ali, num acto cério de representação, representação democrática do povo a sério. E no acto e desacto, uma espécie de amar-ranço, a representação dos deputados como crianças infantis da sociedade civil votaram da forma acordada: a transparência translúcida da Unanimidade. Mas como não estamos com paciência para jogar com as palavras como de-puta-dos, somos breves como eles a despachar: 15 de Maio de 2008 a Língua Portuguesa foi previamente esquadrinhada a régua e esquadro para que a Unanimidade fosse prevalente em qualquer quadrante. Os também cérios deputados que votaram contra o Acordo - quiçá previamente sorteados a bem ou à chapada - lá estavam cérios, na sua ceriedade de proporcionalidade 33 ( mil assinantes da petição): nem mais um nem menos um. A matemática não engana. Façam as contas! Estamos em MORTUGAL.
F-se! Mortugal! Ninguém ali esteve a representar-te a sério, mas de um que nós cá sabemos.
PS.: Referencio SERIAMENTE uma leitura do Discurso de Ingresso de Javier Marías na RAE
[PDF]Sobre Dificultad 16/4/08 13:40 Página 1
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