( Foto de Francisco Fortunato )
A poesia é feita e desfeita da volúvel matéria das palavras, dos seus murmúrios, dos seus sentidos, dos seus tantas vezes misteriosos propósitos. E das raízes das palavras no mundo onde desgarradamente se prende a solidão no mundo, do formidável poder das palavras não apenas de nomear mas de fazer o mundo.
Hoje sou menos ambicioso, já não escrevo poesia para mudar o mundo mas tão-só para evitar que o mundo me mude a mim. No entanto, como pode alguém proteger-se do mundo ( nem de uma constipação, quanto mais do mundo! ) atrás de uns livros de versos?
- Manuel António Pina, Fevereiro de 2006 em entrevista à VISÃO.
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Monday, June 20, 2011
Saturday, May 14, 2011
O Têpluquê
O Têpluquê e outras histórias. 2.ª ed. aumentada. Porto: Afrontamento, 1995
Il. de José de Guimarães.
O Têpluquê e outras histórias. [Outra ed.]. Lisboa: Assírio & Alvim, 2006
Il. de Bárbara Assis Pacheco.
http://www.casadaleitura.org/portalbeta/bo/portal.pl?pag=sol_la_fichaLivro&id=613
Friday, May 13, 2011
A um Jovem Poeta, Manuel António Pina
A um Jovem Poeta
Procura a rosa.
Onde ela estiver
estás tu fora
de ti. Procura-a em prosa, pode ser
que em prosa ela floresça
ainda, sob tanta
metáfora; pode ser, e que quando
nela te vires te reconheças
como diante de uma infância
inicial não embaciada
de nenhuma palavra
e nenhuma lembrança.
Talvez possas então
escrever sem porquê,
evidência de novo da Razão
e passagem para o que não se vê.
Manuel António Pina, in Nenhuma Palavra e Nenhuma Lembrança, daqui
Procura a rosa.
Onde ela estiver
estás tu fora
de ti. Procura-a em prosa, pode ser
que em prosa ela floresça
ainda, sob tanta
metáfora; pode ser, e que quando
nela te vires te reconheças
como diante de uma infância
inicial não embaciada
de nenhuma palavra
e nenhuma lembrança.
Talvez possas então
escrever sem porquê,
evidência de novo da Razão
e passagem para o que não se vê.
Manuel António Pina, in Nenhuma Palavra e Nenhuma Lembrança, daqui
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