José Saramago foi, ao longo dos anos, protagonista de várias polémicas, sobretudo pelas frases fortes que proferiu. A mais recente controvérsia surgiu aquando da publicação do livro «Caim», em Outubro de 2009. Na altura, não bastasse o abalo que o próprio livro suscitou junto da Igreja Católica, Saramago foi contundente nas declarações: «a Bíblia é um manual de maus costumes, um catálogo de crueldade» .
«A Bíblia passou mil anos, dezenas de gerações, a ser escrita, mas sempre sob a dominante de um Deus cruel, invejoso e insuportável. É uma loucura!», afirmou.
E nem o próprio Deus foi poupado: «Deus criou o Universo em seis dias e nunca mais fez nada».
Saramago confessou, que não esperava tanta polémica, diante de tais declarações. Mas manteve o que disse e reforçou que o «Deus da Bíblia não é de fiar». «Eu não tenho culpa, eu não matei Abel» , sublinhou.
As declarações abalaram a Igreja, mas não só. O Eurodeputado do PSD, Mário David, confessou-se «envergonhado» e exortou o escritor a deixar de ser português. «Tenho vergonha de o ter como compatriota!», confessou o eurodeputado.
Consciente dos ódios que despertava, Saramago dizia: «Há muitas pessoas que me odeiam» . Mas recusou-se comentar as declarações do Eurodeputado. «Sem comentários. Nada me pode obrigar a comentar uma estupidez. Seria tão estúpido como essa estupidez», justificou-se o prémio Nobel.
Sousa Lara, o secretário de estado da Cultura que, em 1992, tinha vetado «O Evangelho segundo Jesus Cristo» para um prémio europeu, comparou-o a Berlusconi . «Há umas pessoas que podem dizer tudo, que podem fazer as coisas mais absurdas e as pessoas habituam-se a isso e não levam a mal. Só tenho pena que não enxovalhe, da mesma forma que enxovalhe o património católico, por exemplo os muçulmanos, porque esses não perdoam e vergam-lhes pela pele», disse Sousa Lara, também em Outubro de 2009.
Igualmente polémico foi «Ensaio sobre a Cegueira». O livro transformou-se em filme, realizado pelo brasileiro Fernando Meirelles, e foi mal recebido pela Federação de Cegos dos Estados Unidos. Saramago responde: «A estupidez não escolhe entre cegos e não-cegos» .
Magoado com a forma como Portugal, sobretudo o Estado, o tratava e ainda sem esquecer o episódio com Sousa Lara, em 1992, Saramago chegou a dizer que «Portugal deveria ser uma província de Espanha» . Numa entrevista ao «Diário de Notícias», em 2007, considerou que Portugal, «com dez milhões de habitantes», teria «tudo a ganhar em desenvolvimento» se houvesse uma «integração territorial, administrativa e estrutural» com Espanha.
A actualidade internacional não escapou às críticas do escritor português. Numa entrevista a um diário colombiano, em 2009, comparou as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) a George W. Bush . «Que diferença existe entre os sequestros de Guantánamo, as guerras preventivas no Iraque, as torturas nas prisões secretas e aquilo que [as FARC] fazem?», questionou.
Amante da Língua Portuguesa, sempre foi contra o acordo ortográfico, a que chamava «nova moda», e recusou-se alguma vez a aceitá-lo no seu processo de escrita. « Continuarei a escrever como escrevo . Os editores e os revisores que façam o seu trabalho e que corrijam as palavras segundo a nova moda», disse.
«A Bíblia passou mil anos, dezenas de gerações, a ser escrita, mas sempre sob a dominante de um Deus cruel, invejoso e insuportável. É uma loucura!», afirmou.
E nem o próprio Deus foi poupado: «Deus criou o Universo em seis dias e nunca mais fez nada».
Saramago confessou, que não esperava tanta polémica, diante de tais declarações. Mas manteve o que disse e reforçou que o «Deus da Bíblia não é de fiar». «Eu não tenho culpa, eu não matei Abel» , sublinhou.
As declarações abalaram a Igreja, mas não só. O Eurodeputado do PSD, Mário David, confessou-se «envergonhado» e exortou o escritor a deixar de ser português. «Tenho vergonha de o ter como compatriota!», confessou o eurodeputado.
Consciente dos ódios que despertava, Saramago dizia: «Há muitas pessoas que me odeiam» . Mas recusou-se comentar as declarações do Eurodeputado. «Sem comentários. Nada me pode obrigar a comentar uma estupidez. Seria tão estúpido como essa estupidez», justificou-se o prémio Nobel.
Sousa Lara, o secretário de estado da Cultura que, em 1992, tinha vetado «O Evangelho segundo Jesus Cristo» para um prémio europeu, comparou-o a Berlusconi . «Há umas pessoas que podem dizer tudo, que podem fazer as coisas mais absurdas e as pessoas habituam-se a isso e não levam a mal. Só tenho pena que não enxovalhe, da mesma forma que enxovalhe o património católico, por exemplo os muçulmanos, porque esses não perdoam e vergam-lhes pela pele», disse Sousa Lara, também em Outubro de 2009.
Igualmente polémico foi «Ensaio sobre a Cegueira». O livro transformou-se em filme, realizado pelo brasileiro Fernando Meirelles, e foi mal recebido pela Federação de Cegos dos Estados Unidos. Saramago responde: «A estupidez não escolhe entre cegos e não-cegos» .
Magoado com a forma como Portugal, sobretudo o Estado, o tratava e ainda sem esquecer o episódio com Sousa Lara, em 1992, Saramago chegou a dizer que «Portugal deveria ser uma província de Espanha» . Numa entrevista ao «Diário de Notícias», em 2007, considerou que Portugal, «com dez milhões de habitantes», teria «tudo a ganhar em desenvolvimento» se houvesse uma «integração territorial, administrativa e estrutural» com Espanha.
A actualidade internacional não escapou às críticas do escritor português. Numa entrevista a um diário colombiano, em 2009, comparou as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) a George W. Bush . «Que diferença existe entre os sequestros de Guantánamo, as guerras preventivas no Iraque, as torturas nas prisões secretas e aquilo que [as FARC] fazem?», questionou.
Amante da Língua Portuguesa, sempre foi contra o acordo ortográfico, a que chamava «nova moda», e recusou-se alguma vez a aceitá-lo no seu processo de escrita. « Continuarei a escrever como escrevo . Os editores e os revisores que façam o seu trabalho e que corrijam as palavras segundo a nova moda», disse.