Sinistra, amor, é a veloz fuga em que te desamparas riso
ou choro – comoventes – origens do meu: escuta-me,
escuta-me amor.
Não resistir e não poder absolutamente atingir-te no tormento,
na volúpia, e tu submerso, enquanto na superfície a pele
absorve toda a entrega de uma realidade derradeira: construída
no envolvimento da água (amor) cativando-se.
E no céu os pássaros, abandonando-se à primavera, são como o
meu corpo: rindo, rindo do horror deste inverno, amor.
Ali, a morte será como bailarina treinando a sua sombra ante
um espelho opaco.
MdE, Cintel de Justine